Além das memórias pessoais, o público também prestou homenagens aos ícones Chabelo, ator mexicano falecido em março deste ano, e ao comediante brasileiro Paulo Gustavo, vítima da Covid-19 em maio de 2021. Os presentes tiveram a oportunidade de relembrar a importância desses artistas e o impacto positivo que eles deixaram em suas respectivas áreas.
Um dos grandes destaques da celebração foi a apresentação do Bloco Besame Mucho, grupo dedicado à música latina americana desde 2012. Os membros do bloco, compostos por músicos e profissionais de diversas atividades e nacionalidades, estavam caracterizados com as maquiagens típicas do Día de los Muertos e traziam todo o clima festivo para os jardins do museu.
Rosana Reategui, atriz e narradora de histórias peruanas, que coordenou o bloco, explicou o significado da festividade: “No Peru e no México, o Dia dos Mortos é uma celebração, porque é uma lembrança de que a gente tem que aproveitar a vida, mas a gente também tem que agradecer aos nossos parentes que se foram e deixaram ensinamentos. É uma gratidão para eles.”
O Consulado do México no Rio de Janeiro, responsável por apoiar a realização da feira gratuita no museu, convidou o Bloco Besame Mucho para se apresentar e promover uma imersão na cultura mexicana durante o evento. Ana Luisa Vallejo, cônsul-geral adjunta, ressaltou a importância de compartilhar essa tradição com os brasileiros: “Nós tentamos sempre organizar este tipo de festividade para que os brasileiros conheçam e entendam a cultura mexicana, o Día de los Muertos. Achamos que é muito importante porque é uma coisa muito diferente. Para nós, esta festa é uma lembrança de quem nós queremos, mas não estão aqui neste plano.”
Ana Luisa também destacou o crescente interesse dos brasileiros pela cultura mexicana, principalmente no que diz respeito à gastronomia e às tradições ancestrais. Segundo ela, esse interesse mútuo fortalece os laços entre os dois países e promove a troca cultural.
Além das atrações musicais, a feira contou com a presença de 90 expositores brasileiros e mexicanos de artesanato, moda e gastronomia. Clara Maria Costa, coordenadora do Circuito Carioca de Artes e Culturas, responsável pela organização da feira, evidenciou a diversidade presente no evento: “Se olhar em cada uma das barracas, essa aqui em frente tem Catrina, Frida, temos um pouco de tudo que acontece no México, isso sem falar na comida toda mexicana e na bebida, só coisa boa e o público se diverte muito.”
A exposição dos trabalhos dos alunos do curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Estadual México, localizado em Botafogo, também foi destaque no evento. As obras foram selecionadas pela curadora Helena Maria Di Cavalcanti, professora de artes e neta do renomado pintor Di Cavalcanti. Essa iniciativa permitiu que os alunos absorvessem o ensino de forma mais lúdica e criativa, utilizando elementos importantes da cultura mexicana em seus trabalhos.
A celebração do Día de los Muertos no Museu da República proporcionou um dia de diversão, cultura e reflexão para todos os presentes. Com o aumento do interesse dos brasileiros pela cultura mexicana e o sucesso do evento, espera-se que essa tradição se perpetue e que novas oportunidades de compartilhar experiências culturais surjam no futuro.