Dólar fecha abaixo de R$ 5,00 após queda firme impulsionada por ambiente externo favorável e realização de lucros

O dólar à vista encerrou a primeira sessão de novembro em queda firme, voltando a fechar abaixo da linha de R$ 5,00 após três pregões. Diversos fatores contribuíram para a recuperação do real, dentre eles está o ambiente externo mais favorável para as moedas emergentes latino-americanas, com a queda das taxas dos Treasuries e o aumento das cotações do minério de ferro. Além disso, houve uma correção natural e realização de lucros após a valorização do dólar causada pelos ruídos em torno da meta fiscal.

Ao longo do dia, o dólar operou em queda, com exceção de uma alta pontual e limitada na abertura. No período da tarde, a moeda acentuou o ritmo de baixa, impulsionada pelo comunicado da decisão de política monetária do Federal Reserve e pelas declarações do presidente da instituição, Jerome Powell.

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No fechamento do pregão desta quarta-feira, o dólar à vista registrou sua menor cotação desde 25 de setembro, encerrando o dia cotado a R$ 4,9730 com uma queda de 1,36%. O índice DYX, que mede o comportamento da moeda norte-americana em relação a seis divisas fortes, zerou os ganhos no fim da tarde, apresentando perdas significativas em relação ao iene. Além disso, as taxas dos Treasuries de 2 e 10 anos renovaram mínimas, contribuindo para a desvalorização do dólar.

Apesar de manter a taxa básica norte-americana na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, o Federal Reserve emitiu um comunicado considerado “dovish”, ou seja, menos restritivo. O banco central dos Estados Unidos destacou que levará em conta os efeitos defasados e cumulativos do aperto monetário sobre a economia em suas próximas decisões.

Em entrevista coletiva, Powell afirmou que a decisão do Fed em dezembro ainda não foi tomada. Ele destacou que a orientação da política é restritiva e que os efeitos totais do aperto monetário ainda não foram sentidos. O presidente do Fed também observou um melhor equilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado de trabalho, bem como um abrandamento no crescimento dos salários nominais, o que sugere menores pressões inflacionárias no futuro.

Para o economista-chefe da Análise Econômica e consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo, a percepção dos investidores é que o ciclo de aumento de juros nos EUA “finalmente” acabou. No entanto, ele ressalta que ainda existe incerteza em relação aos juros longos americanos e que é necessário ter cautela. Galhardo prevê que o dólar continuará oscilando entre R$ 4,95 e R$ 5,00, e acredita que não haverá corte de juros nos EUA no primeiro semestre de 2024.

Em resumo, o dólar encerrou a primeira sessão de novembro em queda, impulsionado pelo ambiente externo favorável às moedas emergentes latino-americanas. A decisão do Federal Reserve de manter a taxa básica norte-americana e o comunicado “dovish” contribuíram para a desvalorização da moeda norte-americana. No entanto, apesar da recuperação do real, ainda há incerteza em relação aos juros longos americanos, o que exige cautela dos investidores.

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