Polícia Federal prende líder da milícia responsável por confusão que resultou na morte de três médicos no Rio de Janeiro

Na manhã desta terça-feira (31), a Polícia Federal (PF) efetuou a prisão de Taillon Barbosa e seu pai Dalmir Barbosa, considerados os líderes da milícia que atua na região de Rio das Pedras, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro. As investigações realizadas apontam que a milícia comandada pela dupla está envolvida em diversas atividades criminosas na região.

Essa operação acontece menos de um mês após um terrível incidente que chocou a população carioca. Três médicos foram brutalmente assassinados por traficantes na Barra da Tijuca. As autoridades estão trabalhando com a hipótese de que os criminosos cometeram o crime por engano, confundindo uma das vítimas, Perseu Ribeiro Almeida, com Taillon Barbosa. Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), também perderam suas vidas nesse episódio de violência.

O crime ocorreu na madrugada do dia 5 de outubro, em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca. Os três médicos, que estavam na cidade para participar de um congresso internacional de cirurgia ortopédica, foram surpreendidos por quatro homens armados que dispararam contra eles. Câmeras de segurança registraram o momento do ataque, mostrando a ação dos criminosos. Horas depois, os corpos dos médicos foram encontrados dentro de veículos estacionados em diferentes áreas da zona oeste.

A PF assumiu a investigação do caso por determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A recente prisão de Taillon e seu pai aconteceu na Barra da Tijuca, local onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em suas residências. O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, parabenizou a ação policial, ressaltando que a investigação foi conduzida com inteligência, não havendo a necessidade de uso de armas de fogo.

Essa operação contou com o trabalho conjunto da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Um dos alvos foi preso na Avenida Abelardo Bueno, enquanto saía de um prédio comercial acompanhado por três homens armados que faziam sua segurança, sendo dois policiais militares da ativa e um militar do Exército da reserva. Os três foram presos em flagrante.

Importante destacar que Taillon já havia sido preso em dezembro de 2020 e, em junho de 2022, foi condenado pelos crimes de exploração ilegal do transporte alternativo, oferta de serviços básicos e práticas ilegais relacionadas à construção imobiliária. Apesar de sua condenação a oito anos e quatro meses de prisão, ele conseguiu o benefício da prisão domiciliar em março deste ano, permitindo que ele saísse de casa durante o dia. Seu pai, Dalmir, também já esteve preso anteriormente, sendo expulso da Polícia Militar após investigações apontarem seu envolvimento com as milícias.

As investigações prosseguem, e espera-se que esse trabalho conjunto entre as autoridades policiais e o Ministério Público possa contribuir para o desmantelamento dessa perigosa organização criminosa que atua na região de Rio das Pedras. A prisão de Taillon e Dalmir representa um importante avanço nessa luta contra as milícias que tanto prejudicam a população do Rio de Janeiro.

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