O policial militar, acompanhado de um advogado, afirmou que não presenciou nenhum dos dois policiais que estavam com ele na viatura efetuando disparos contra os torcedores. Ele também relatou que durante a confusão, a viatura teve um pneu danificado e que alguns animais da tropa sofreram ferimentos leves.
Outro policial militar, um soldado, também foi ouvido em depoimento no dia 24 e também afirmou não ter visto nenhum disparo. Ambos os policiais confirmaram que um terceiro policial da equipe estava armado com uma arma que poderia ser carregada com munições como a “bean bag”. Esse terceiro policial, um cabo, é um dos suspeitos de ter sido responsável pelo tiro que matou o torcedor. Porém, nem ele nem um quarto policial envolvido na ação foram ouvidos até o momento. O depoimento deles, que estava marcado para esta quarta-feira (1º), foi adiado.
Um laudo da Polícia Científica concluiu que a morte de Garcia foi causada por traumatismo cranioencefálico devido a um disparo de arma de fogo. O caso ocorreu durante as comemorações do título da Copa do Brasil, nas proximidades do estádio do Morumbi, na zona oeste da cidade de São Paulo.
Segundo o boletim de ocorrência, os policiais militares estavam nas imediações da avenida Jules Rimet com a rua Sérgio Paulo Freddi, entre os portões 6 e 7 do Morumbi, quando torcedores são-paulinos tentaram invadir a área de isolamento para chegar ao estádio. Os PMs conseguiram impedir o acesso, mas foram atingidos por objetos arremessados pelos torcedores. Após isso, foi necessária a utilização de munição química e explosiva, bem como o cassetete.
Garcia foi encontrado caído e inconsciente no chão pouco depois dos confrontos. O torcedor foi levado para o Hospital Municipal do Campo Limpo, porém não resistiu aos ferimentos. Pelo menos oito policiais militares também ficaram feridos durante a ação.
As investigações ainda estão em andamento e aguarda-se o depoimento dos outros dois policiais militares envolvidos na ocorrência.