Estudante de medicina da USP é julgada por desvio de quase R$ 1 milhão do fundo de formatura de sua turma.

A estudante de medicina da USP, Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, está sendo julgada pelo crime de estelionato. O Ministério Público de São Paulo a denunciou em março deste ano após ela confessar o desvio de R$ 920 mil do fundo de formatura de sua turma na faculdade.

O julgamento está ocorrendo na 7ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O advogado de defesa de Alicia, Sergio Ricardo Stocco, acredita que o caso ainda não deve ter um desfecho nesta terça-feira. Segundo ele, a estudante será ouvida por último, depois das vítimas do desvio e das testemunhas de acusação e defesa. Stocco também ressalta que novas apurações de provas podem ser pedidas.

A estudante se tornou ré, mas não foi presa. O processo está em segredo de Justiça.

Em março, 76 alunos de medicina da USP registraram ocorrências criminais contra Alicia no 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, zona sul de São Paulo.

A 106ª turma de medicina da universidade tem publicado avisos sobre a celebração de formatura da qual Alicia desviou o dinheiro, prevista para janeiro do próximo ano.

Os desvios no fundo de formatura da turma de medicina ganharam notoriedade em janeiro, quando a própria estudante admitiu em um grupo de WhatsApp que havia investido parte do dinheiro em uma corretora, que supostamente a golpeou – versão que não se sustentou.

Em um dos depoimentos à polícia, Alicia afirmou que investiu o valor, mas perdeu o dinheiro por falta de conhecimento em finanças. Como consequência, ela passou a jogar na loteria na esperança de recuperar o montante.

A investigação revelou que Alicia utilizou parte do dinheiro para cobrir despesas pessoais. Ela recebeu nove transferências do fundo de formatura para suas próprias contas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Atualmente, a pena para estelionato vai de um a cinco anos de prisão, além de multa. Em agosto, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou um projeto de lei que propõe aumentar a pena para dois a seis anos. O texto também sugere um aumento para quatro a oito anos de prisão caso a crime utilize redes sociais e contatos telefônicos.

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