A vida de Valentin foi marcada pela sua carreira como vendedor, que o levou a se mudar de São José do Rio Pardo, em São Paulo, para Campo Grande, no recém-criado estado de Mato Grosso do Sul, na década de 1980. Foi nessa cidade que nasceram suas filhas e seus netos, e onde descobriu duas paixões: o churrasco e a pescaria. Apesar das constantes viagens a trabalho, ele não deixou de estar presente nos momentos importantes da vida de sua família, como formaturas e acidentes domésticos, além de eventos sociais e caronas para filhos, netos e amigos.
Valentin era uma pessoa metódica, que gostava de usar cadernos de anotação e cuidar de seus cabelos, mesmo que cada vez mais raros. Apesar de sua personalidade enérgica, ele sempre foi solícito e não guardava mágoas. Entre seus hobbies, estava assistir TV enquanto chupava laranjas, embora esse hábito tenha sido controlado desde o diagnóstico de diabetes. Além disso, ele também apreciava assistir clássicos faroestes e sempre mantinha um estoque de castanhas de caju em um local seguro, dentro do guarda-roupas.
Valentin também se dedicava a atividades comunitárias, sendo o adulto responsável por acampamentos com dezenas de adolescentes na Colônia de Férias de Campo Grande. Ele estava animado para a comemoração dos 90 anos de sua mãe, que aconteceria no dia 10 de setembro, no mesmo dia em que seu neto Pedro seria batizado. Para a ocasião, sua irmã refez a pintura da casa em que vive com a mãe e a entrada da casa vizinha também foi reformada.
Entretanto, tudo mudou quando Valentin sofreu um infarto e seu coração parou. Sua morte foi um choque para toda a família e seus amigos. Agora, eles enfrentam a difícil tarefa de seguir em frente sem a presença física de Valentin, mas com as memórias e o amor que ele deixou para trás.