Bombardeio atinge prédio vizinho a brasileiros em Gaza, causando pânico e destruição

Na manhã desta segunda-feira (30), um novo bombardeio atingiu um prédio próximo à residência de uma das famílias de brasileiros que estão na Faixa de Gaza, mais precisamente na cidade de Khan Yunes. Hasan Rabee, um palestino naturalizado brasileiro de 30 anos, registrou o momento do bombardeio e relatou o susto que todos passaram.

“Acabou de cair uma bomba atrás desse prédio. Meu Deus do céu. As bombas não param. Está vendo a rua como ficou? As bombas não param. As crianças estão bem assustadas”, descreveu Hasan, preocupado com a situação.

Hasan, que mora em São Paulo, viajou recentemente à Palestina para visitar sua família, pouco antes do início das hostilidades entre Israel e o grupo Hamas. Agora, ele aguarda ansiosamente a abertura da fronteira para poder deixar o país junto com sua esposa e suas duas filhas pequenas.

Neste momento caótico em Gaza, Hasan decidiu mostrar ao mundo a destruição causada pelo bombardeio no prédio ao lado de onde está abrigado. Ele conta que vizinhos têm se unido para resgatar as pessoas feridas. “A casa que foi atacada ao lado de onde a gente está. Bastante gente ferida. Cidadãos fazendo ajuda humanitária para resgatar os feridos. Absurdo”, lamentou.

Enquanto isso, na cidade de Rafah, outro grupo de brasileiros e seus familiares aguardam ansiosamente a abertura das fronteiras para serem resgatados. Shahed al-Banna, uma brasileira de 18 anos, gravou um vídeo no qual descreve a angústia de esperar sem previsão de sair de Gaza. A falta de água e gás tem se apresentado como um desafio diante do fechamento das fronteiras, mas a embaixada brasileira tem se esforçado para ajudá-los. Shahed relatou ainda o terror das noites, com bombardeios próximos e constantes.

No total, cerca de 30 brasileiros e seus familiares estão sendo acompanhados pela Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, e aguardam a abertura da fronteira com o Egito. Alessandro Candeias, embaixador brasileiro de Ramala, expressou sua preocupação com a situação, destacando a dificuldade em encontrar água e alimentos mesmo com a ajuda financeira enviada pela Embaixada. O governo brasileiro alugou casas para abrigar essas famílias e tem informado a localização exata das residências para evitar que sejam bombardeadas.

A situação é extremamente delicada e a expectativa é de que as condições de vida e segurança se deteriorem rapidamente. O embaixador reforçou a necessidade de autorização para que os brasileiros possam deixar Gaza o mais rápido possível e retornarem em segurança ao Brasil. O apelo é para que todas as partes envolvidas permitam a saída dessas famílias para garantir sua integridade física e emocional.

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