Segundo o relato do cunhado de Silva, Alexandro Lopes de Souza, o confeiteiro estava voltando de uma festa com um amigo, cada um em seu próprio carro, quando decidiram fazer uma breve parada nas imediações da avenida Miguel Yunes, na Vila Campo Grande. Silva, que tinha como hobby fazer pichações, parou para fazer uma na obra próxima ao local. Entretanto, um grupo de pessoas começou a acusá-lo injustamente de ser ladrão de baterias de carros, o que gerou uma confusão.
De acordo com o boletim de ocorrência, Silva e seu amigo foram cercados por aproximadamente oito a dez pessoas, entre eles duas mulheres. Os dois então decidiram fugir, mas Silva correu em direção ao supermercado Atacadão da avenida Interlagos, onde tentou se proteger no banheiro. Infelizmente, quatro homens o perseguiram e o espancaram violentamente dentro do banheiro do estabelecimento.
A equipe de vigilância do supermercado foi avisada e encontrou os suspeitos saindo do banheiro, alegando que a vítima era um ladrão de baterias e, por esse motivo, decidiram puni-lo. Os agressores conseguiram fugir antes da chegada da polícia militar e do resgate, mas a vítima foi encontrada consciente e bastante machucada. Infelizmente, Silva acabou perdendo a consciência e não resistiu aos ferimentos.
O crime foi registrado no 98º DP (Jardim Miriam), porém até o momento nenhum suspeito foi preso. A revolta da família é grande diante dessa tragédia injusta. Segundo o cunhado de Silva, se ele tivesse sofrido um acidente enquanto estava fazendo pichações em um prédio, a família estaria conformada pois ele teria perdido a vida fazendo o que amava. No entanto, o que aconteceu foi uma barbárie inexplicável, sem qualquer justificativa para tirar a vida de uma pessoa.
A manifestação da família de Rafael Lucas da Silva acontecerá neste domingo, dia 29, às 19h, no cruzamento da avenida Interlagos com a das Nações Unidas e a Miguel Yunes. O objetivo é fazer um protesto pacífico para pedir justiça e a prisão dos agressores responsáveis por esse crime chocante. Silva era considerado uma pessoa honesta, pai de família e trabalhador, atuando como confeiteiro em uma padaria. Ele deixa para trás uma mulher e quatro filhos.
A investigação do caso está em andamento pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A equipe responsável está analisando as imagens coletadas no estabelecimento e nas imediações, além de ouvir testemunhas, na tentativa de identificar os autores desse crime bárbaro e entender melhor a dinâmica dos fatos.
Até o momento, o supermercado Atacadão, onde o crime ocorreu, não emitiu nenhum comunicado oficial sobre o ocorrido. No entanto, através de uma nota divulgada ao site G1, o supermercado declarou que lamenta profundamente o ocorrido e que, ao identificarem a situação, acionaram imediatamente a polícia militar e o serviço de emergência. A empresa também se colocou à disposição das autoridades para cooperar com a apuração dos fatos.
É lamentável vermos casos de violência como esse acontecendo em nossa sociedade. A morte de Rafael Lucas da Silva é uma tragédia que choca a todos e que mostra a necessidade de combatermos a cultura da violência e do ódio. A família de Silva, junto com amigos e apoiadores, espera que a manifestação traga visibilidade para o caso e que a justiça seja feita, com a prisão dos responsáveis por esse crime brutal.
