Comissão Arns solicita medidas protetivas à USP em defesa de professora alvo de ataques por posicionamento sobre conflito em Gaza.

A Comissão Arns, conhecida como Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, emitiu um ofício ao reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Junior, solicitando medidas de proteção em favor da professora Francirosy Campos Barbosa. A docente, que faz parte do corpo docente da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, alega estar sofrendo diversos ataques por e-mail e nas redes sociais devido à sua posição em defesa dos palestinos e contra o que ela chama de “colonialismo” de Israel em relação à Faixa de Gaza.

No dia 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas realizou um ataque em solo israelense que resultou na morte de mais de 1.300 pessoas, Barbosa fez uma publicação em uma rede social expressando “apoio total à luta do povo palestino”. Ela também compartilhou uma charge na qual um homem vestindo roupas militares e segurando uma arma estendia a bandeira da Palestina sobre o território de Israel.

Em um artigo publicado no Jornal da USP, a professora admitiu ter se precipitado e feito as postagens antes de ter conhecimento sobre o ataque do Hamas. Ela afirmou: “Só no domingo fui ter a compreensão completa do que realmente acontecera: o ataque absurdo do Hamas a Israel, que levou à morte vários cidadãos civis.”

No ofício enviado ao reitor da USP, a Comissão Arns expressou preocupação com o ocorrido e pediu que o direito à liberdade de expressão de Barbosa fosse preservado. A carta ressaltou o papel importante da universidade na defesa dos princípios constitucionais que regem o ensino, como a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, além do pluralismo de ideias.

O documento, assinado pelo presidente da Comissão Arns, José Carlos Dias, e por sua vice-presidente, Maria Victoria Benevides, concluiu solicitando “providências administrativas tomadas pela reitoria para defesa dos princípios citados e para a proteção dos docentes ameaçados”.

Barbosa afirmou ao Jornal da USP que qualquer pessoa, seja ela docente, jornalista ou figura pública, que apresente um contraponto em discussões relacionadas a Israel e Palestina acaba se tornando alvo da extrema direita. Segundo ela, desde a semana passada circulam listas com nomes de docentes acusados de apoiarem a barbárie. A professora acrescentou que é inadmissível viver com medo em seu próprio país quando se defende uma causa ou se escreve sobre violências que ocorrem ao redor.

Em outra notícia, Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Rede Bandeirantes, lançou seu livro “Debate na Veia – Nos Bastidores da Tevê, a Democracia no Centro do Jogo”. O evento, que aconteceu no Teatro Áureo Cruz, no Centro do Professorado Paulista (CPP), em São Paulo, contou com a presença do presidente do grupo Bandeirantes, Jhonny Saad. O jornalista Boris Casoy mediou um debate durante o encontro.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo