Chances de limitar aumento da temperatura global em 1,5°C caem para menos de um terço, alerta relatório do IPCC.

As chances de limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C desde os tempos pré-industriais estão se tornando cada vez mais remotas, de acordo com o novo presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), Jim Skea. No último relatório do IPCC, a chance era de 50%, mas agora é menor do que um terço.

Isso se deve ao contínuo aumento das emissões de gases de efeito estufa desde o relatório de 2021. Segundo a Agência Internacional de Energia, as emissões de dióxido de carbono provenientes da energia atingiram um recorde histórico no ano passado e devem aumentar ainda mais este ano.

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O Acordo de Paris, assinado por quase 200 países em 2015, estabeleceu a meta de limitar o aumento da temperatura global em bem abaixo de 2°C, idealmente em 1,5°C. O relatório do IPCC de dois anos atrás mostrou cenários que poderiam alcançar essa meta, com a probabilidade variando de 33% a 50%.

No entanto, Skea afirma que não foram observadas as reduções de emissões que esses cenários supuseram, tornando ainda menos provável o alcance da meta de 1,5°C. Segundo ele, as emissões de gases de efeito estufa devem diminuir quase pela metade até 2030 para limitar o aquecimento global a 1,5°C. Até agora, as temperaturas já aumentaram pelo menos 1,1°C.

O presidente do IPCC também ressalta que há uma “imagem mais otimista” em relação ao limite de 2°C, porém, enfatiza a importância de cada fração de grau. O relatório do IPCC de 2018 mostrou a diferença significativa entre as consequências de um aumento de temperatura de 1,5°C e 2°C, como a destruição dos recifes de coral, redução dos rendimentos das colheitas e maior exposição da população ao calor extremo.

Skea também expressou preocupações com as altas temperaturas observadas até agora em 2023, que o colocam no caminho para ser o ano mais quente desde o início dos registros. Ele destaca que algumas das temperaturas registradas estão além das projeções do IPCC.

Como novo presidente do IPCC, Skea liderará o órgão pelos próximos cinco a sete anos e produzirá uma série de relatórios. Ele ressalta a importância de levar em consideração o inventário global das metas climáticas, que ocorrerá daqui a cinco anos, quando os países avaliarão o progresso na redução das emissões.

A primeira avaliação desde o Acordo de Paris já demonstrou que o mundo está longe de cumprir suas metas de limitar o aumento da temperatura. Portanto, é necessário um esforço urgente e mais significativo para reduzir as emissões e conter o aquecimento global.

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