Repórter São Paulo – SP – Brasil

Número de habitantes no Brasil cresce abaixo do esperado, envelhecimento acelerado e maioria feminina, revela Censo 2022.

A população do Brasil está em crescimento cada vez menor, envelhecendo em ritmo acelerado e formada em sua maioria por mulheres, de acordo com os dados revelados pelo Censo Demográfico 2022. Nesta sexta-feira (27), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez uma nova divulgação do levantamento, trazendo informações sobre a idade e a divisão por sexo dos brasileiros.

O Censo 2022 estimou a população brasileira em 203,1 milhões, demonstrando que o ritmo de crescimento vem diminuindo ao longo das décadas. Comparado com o último Censo realizado em 2010, o aumento foi de apenas 0,5% ao ano, o menor nível já registrado no Brasil. Além disso, o número de habitantes ficou abaixo das projeções feitas pelo próprio IBGE, que apontavam para um total de 207,8 milhões de habitantes. A diferença foi ainda maior em relação à estimativa anterior divulgada em 2021, que projetava 213,3 milhões de habitantes.

O motivo por trás desses números abaixo do esperado ainda está sendo estudado pelo instituto, considerando questões como a pandemia e a falta de uma contagem mais precisa da população durante a década passada. Essa redução no crescimento populacional trará impactos para áreas como saúde e economia, uma vez que as pessoas estão vivendo mais e o número de jovens trabalhando tende a diminuir.

No que diz respeito ao envelhecimento da população, o Censo revelou que pessoas com 65 anos ou mais já representam 10,9% do total de habitantes, o maior percentual desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil em 1872. Em contrapartida, a participação de crianças e adolescentes está diminuindo. Em 2022, a faixa etária de 0 a 14 anos correspondia a apenas 19,8% da população, enquanto em 1980 esse número era de 38,2%.

Outro dado importante é que as mulheres são maioria, correspondendo a 51,5% da população total, enquanto os homens representam 48,5%. Essa tendência pode ser explicada pela menor taxa de mortalidade das mulheres em comparação com os homens, além da concentração das mulheres nas grandes cidades, onde há maior disponibilidade de emprego.

Além disso, o Censo revelou um aumento significativo na população indígena, que saltou de 896,9 mil em 2010 para quase 1,7 milhão em 2022. No entanto, essa diferença também pode estar relacionada a uma mudança na metodologia dos questionários. O levantamento também trouxe pela primeira vez um retrato da população quilombola no Brasil, estimando em 1,3 milhão o número de pessoas que vivem nesses territórios.

Os dados divulgados pelo Censo Demográfico 2022 revelam importantes características da população brasileira, como o baixo crescimento, o envelhecimento acelerado, a predominância das mulheres e o aumento da população indígena e quilombola. Essas informações servem de subsídio para a formulação de políticas públicas e tomada de decisões governamentais.

Sair da versão mobile