Em 2023, o governo federal novamente sugeriu a atuação dos militares no Rio para reforçar o patrulhamento em portos e aeroportos, como parte do plano de combate às organizações criminosas. No entanto, até o momento, não se tem notícia de como essa proposta será implementada. Vale ressaltar que é uma novidade o governo de Lula acionar os militares, que atualmente estão sendo investigados pela Polícia Federal por supostos desvios em contratos da intervenção federal de 2018 e pela adesão ao governo de Jair Bolsonaro.
Outro pilar do plano de combate ao crime organizado é a integração institucional e informacional, bem como o aumento da eficiência das polícias. No Rio de Janeiro, essa integração passaria pelo trabalho conjunto da Polícia Civil e da Polícia Federal. No entanto, recentemente a Polícia Civil do Rio passou por mudanças em seu comando, com a entrada de Marcus Amim, apadrinhado do deputado Márcio Canella, que tem ligações com um ex-PM condenado e preso por homicídio e associação criminosa. Essa mudança não foi bem vista pela Polícia Federal, que investiga o governador Cláudio Castro.
Além disso, o governador do Rio de Janeiro está enfrentando acusações de corrupção, e contratou advogados para tentar derrubar as delações que o envolvem. Enquanto o governo estadual e o governo federal recorrem a medidas fracassadas do passado, não se vê ações concretas para fortalecer tecnicamente a Polícia Civil, aumentar o efetivo e as ferramentas da Polícia Federal, ou suprir as comunidades com serviços básicos que deveriam ser prestados pelo Estado, mas que hoje estão nas mãos do crime organizado.
Em suma, a crise na segurança pública do Rio de Janeiro expõe os problemas estruturais do estado e a ineficiência das medidas tomadas até o momento. Enquanto isso, a população continua sofrendo com a escalada da violência e sem perspectivas de uma solução efetiva.