Novos militares são presos por furto de metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo

No último dia 27, mais dois militares foram presos administrativamente devido ao furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, localizado em Barueri, na região metropolitana. Essa informação foi divulgada pelo Exército nesta sexta-feira. Já na véspera, a instituição havia confirmado o total de 17 prisões em decorrência desse crime.

De acordo com o Comando Militar do Sudeste, responsável pela unidade, os 19 militares que foram presos estão cumprindo uma punição disciplinar devido a “falha de conduta e/ou erro de procedimento nos processos de fiscalização e controle de armamento”.

No entanto, a autorização para prender seis militares que estão diretamente envolvidos no furto das armas ainda está aguardando aprovação do Superior Tribunal Militar. Até o momento desta sexta-feira, a autorização ainda não havia sido concedida.

Os 19 militares que já foram presos administrativamente permanecerão detidos por um período de 1 a 20 dias no próprio Arsenal de Guerra. Durante esse período, eles têm restrições de circulação no local e essa punição pode prejudicar a progressão na carreira no Exército. É importante ressaltar que a prisão está prevista como punição no Regulamento Disciplinar do Exército para transgressões classificadas como médias e graves.

Esses 19 militares fazem parte de um grupo de 20 pessoas que estão respondendo por transgressão disciplinar. Eles eram responsáveis por tarefas que incluíam a vigilância das instalações no período em que as armas foram furtadas. O Comando Militar do Sudeste informou que os procedimentos disciplinares relacionados a esses militares foram concluídos na quarta-feira passada, dia 25 de outubro. No entanto, o órgão afirmou que as informações pessoais desses militares são sigilosas.

Os outros seis militares suspeitos do furto estão sendo investigados em um inquérito policial e podem responder por crimes como furto, peculato, receptação, desaparecimento, consunção ou extravio. Inicialmente, havia sido divulgado que sete pessoas estavam sendo investigadas pelo furto, mas o Exército descartou a participação de civis dentro do quartel.

As investigações e procedimentos referentes a esse caso estão tramitando em sigilo determinado pelo juízo da 2ª Auditoria da 2ª CJM (Circunscrição Judiciária Militar). Segundo informações obtidas pela reportagem, um dos suspeitos de participação direta no furto ainda está foragido e, como a prisão dele ainda não foi decretada, ele é tratado como “ausente no quartel” ou desertor.

Se esses seis militares forem presos, eles serão levados para o 2º Batalhão de Polícia do Exército, localizado em Osasco, também na região metropolitana de São Paulo, onde há celas. Eles poderão permanecer lá até a conclusão do inquérito ou, caso seja solicitada, a transferência para outra unidade militar.

Até o momento, 17 das 21 armas furtadas foram recuperadas pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo. No entanto, ainda estão desaparecidas quatro metralhadoras com poder antiaéreo, que têm a capacidade de derrubar helicópteros. O Exército continua aguardando a devolução das oito armas encontradas no Rio de Janeiro, que serão submetidas a uma perícia policial.

As investigações sobre o furto revelaram que o crime ocorreu durante as primeiras horas do feriado de 7 de Setembro, quando o quartel estava esvaziado. De acordo com a apuração militar, o circuito de energia do Arsenal de Guerra foi deliberadamente desligado por alguns minutos, o que desativou as câmeras de segurança e o alarme do paiol, que é acionado por movimento. Sem o alarme e as imagens, pelo menos três militares teriam atuado diretamente para romper o cadeado que mantinha as armas guardadas em segurança. As metralhadoras foram então transportadas para um carro do próprio Exército, que as levou para fora do quartel.

O desaparecimento das armas foi percebido apenas em 10 de outubro, quando foi constatado que o cadeado e o lacre do local haviam sido trocados. Após a descoberta, os 480 militares do Arsenal de Guerra de São Paulo permaneceram aquartelados por uma semana. A liberação ocorreu gradativamente até a última terça-feira, quando os últimos 40 militares retidos foram autorizados a deixar o local.

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