Incêndios florestais devastam Santa Cruz, a cidade mais populosa e rica da Bolívia, esvaziando escolas e trazendo de volta as máscaras.

Os incêndios florestais estão assolando Santa Cruz, na Bolívia, trazendo de volta as máscaras e esvaziando as escolas da cidade. Com uma área de 325,6 km² e uma população de 1,9 milhão de habitantes, Santa Cruz está sendo afetada pelo calor intenso, pelas chamas e pela fumaça. A situação é tão grave que a cidade está sendo mergulhada na escuridão devido à fumaça, tornando difícil enxergar além de um quarteirão de distância.

Centenas de bombeiros, com o auxílio de helicópteros, estão lutando contra o fogo que está consumindo as áreas verdes ao redor da capital econômica do país. Neste ano, a queima de florestas está ocorrendo indiscriminadamente, resultando na perda de árvores e na falta de chuva, de acordo com relatos de moradores e especialistas. A queima de florestas e pastagens para fins agrícolas é uma prática comum nesta época do ano, apesar de ser proibida por lei.

A seca intensa, que afeta 7 dos 9 departamentos bolivianos, agravou ainda mais a situação. As altas temperaturas registradas recentemente, atingindo até 40,2°C em Santa Cruz, são consideradas as mais altas deste século, superando o recorde de 38°C de 2004, de acordo com a meteorologista Cristina Chirinos.

Devido à poluição causada pela fumaça, o governo suspendeu as atividades educacionais em várias cidades da Bolívia, afetando cerca de 15% de todas as escolas do país. Em Santa Cruz, a maior parte das unidades educacionais foi prejudicada pela poluição. A saúde dos estudantes e das autoridades foi citada como a principal razão para o cancelamento das aulas.

A fumaça também está afetando a vida nas ruas, reduzindo o movimento e forçando o retorno do uso de máscaras, semelhante ao período da pandemia de COVID-19. Além disso, a fumaça está afetando a prática de atividades físicas das crianças, as caminhadas dos idosos e até mesmo os animais de estimação.

Para combater os incêndios, mais de mil bombeiros estão mobilizados em vários pontos do país, com o apoio de helicópteros e aeronaves equipadas para lançar água e compostos que estimulam a chuva. Até o momento, aproximadamente 23% das florestas da Bolívia e áreas de pastagens e savanas foram queimadas.

Os incêndios já atingiram importantes reservas naturais, como a Reserva Madidi em La Paz, com quase 19 mil km², e a Reserva Amboró em Santa Cruz, com 6.360 km². No entanto, as autoridades afirmam que o número de áreas queimadas está abaixo dos registros de anos anteriores.

A situação é preocupante e requer ação imediata para combater os incêndios e proteger a população e o meio ambiente afetados. É fundamental implementar medidas preventivas mais eficazes e buscar soluções para lidar com a seca e as práticas de queima de florestas que contribuem para essa crise.

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