A postagem em questão, feita pela professora em sua conta pessoal no Instagram, continha a imagem de um homem segurando a bandeira da Palestina, além de frases como “basta de extermínio! O povo palestino tem o direito de se defender” e “abaixo a ocupação criminosa do Estado terrorista de Israel! Viva a luta pela libertação do povo palestino”.
Após pais de alunos reclamarem sobre a postagem, a escola emitiu uma carta às famílias informando que estava tomando as medidas apropriadas em relação ao caso. A Avenues ressaltou que acolhe pontos de vista divergentes, desde que estes não ultrapassem a linha do ódio contra religiões, raças, etnias, nacionalidades e outras categorias.
No entanto, os pais pressionaram pela demissão da professora, o que resultou na decisão tomada pela escola nesta terça-feira. A docente não respondeu aos contatos da equipe de reportagem da Folha.
Em nota, a Avenues confirmou que demitiu a professora por violar as políticas internas da escola, principalmente as relacionadas ao uso das redes sociais, assim como os valores de acolhimento, segurança e respeito.
É importante ressaltar que a Avenues possui uma significativa quantidade de alunos com ligações à comunidade judaica. Ao reconhecer isso, a direção da escola destacou que seu papel atual é duplo e desafiador: dar suporte, cuidado e compaixão aos alunos e famílias diretamente afetadas por conflitos, além de educar toda a comunidade sobre o crescimento potencial do racismo.
A direção também enviou um comunicado aos demais professores, reforçando que o comportamento dos educadores se estende além dos muros da escola, abrangendo suas atividades online e offline. Atitudes dos funcionários que coloquem os alunos em risco ou prejudiquem a credibilidade da Avenues podem ter consequências.
Fundada em 2016 com a proposta de formar “cidadãos globais”, a Avenues se diferencia por seu modelo de ensino baseado em projetos interdisciplinares e na valorização das habilidades socioemocionais dos alunos. Apesar da alta procura nos primeiros anos de funcionamento, a instituição foi recentemente vendida para um grupo britânico devido a obstáculos enfrentados pelas mudanças decorrentes da pandemia de Covid-19 e do mercado financeiro.