Aumento de 86%: confrontos da Polícia Militar em São Paulo resultam em maior número de mortes no terceiro trimestre.

O índice de mortes resultantes de confrontos com a Polícia Militar no estado de São Paulo apresentou um aumento significativo no terceiro trimestre deste ano. Segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta quarta-feira (25), registrou-se um crescimento de 86% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre os meses de julho e setembro de 2023, foram contabilizadas 106 mortes causadas por policiais militares, em contraste com as 57 ocorrências do ano de 2022. Além disso, também foi observado um aumento no número de mortes provocadas por policiais de folga, passando de 26 para 33.

Levando em consideração todas as ações que envolvem tanto policiais militares quanto civis, o trimestre registrou um total de 153 mortes, indicando um crescimento de 72%, em comparação aos 89 óbitos do ano anterior. Esses números englobam tanto as mortes durante confrontos como as ocasionadas por policiais de folga.

Em análise mais abrangente, o ano de 2023 já soma 374 mortes em decorrência de ações policiais, sendo que no primeiro trimestre foram registradas 116 vítimas e no segundo trimestre, 105. Esses números já se aproximam dos dados do ano de 2022, que encerrou com 421 mortes.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, a Operação Escudo, iniciada em 28 de julho deste ano, foi uma das principais responsáveis por esse aumento significativo. A ação, que durou 40 dias, resultou em 28 mortes e foi realizada em decorrência do assassinato do soldado Patrick Bastos Reis das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). O policial foi morto enquanto fazia patrulhamento em uma comunidade em Guarujá, no litoral paulista.

Questionada pela CNN, a SSP alega que o aumento no número de mortes não é resultado da atuação da polícia, mas sim das ações dos criminosos, que optam pelo confronto, colocando em risco a população e os próprios policiais. A secretaria reforça o investimento em treinamento das forças de segurança e na implementação de políticas públicas para reduzir as mortes em confronto.

A pasta ressalta que uma Comissão de Mitigação e Não Conformidades analisa todas as ocorrências de mortes por intervenção policial, com o objetivo de ajustar procedimentos e rever treinamentos. Além disso, destaca que, nos nove primeiros meses do ano, foram detidos 141.835 infratores, representando um aumento de 5,3% em relação ao mesmo período de 2022. A SSP informa ainda que ocorreram 283 mortes resultantes da intervenção de policiais em serviço, o que representa 0,19% do total de prisões realizadas. Todos os casos são investigados, encaminhados para análise do Ministério Público e julgados pelo Poder Judiciário.

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