O governo federal lançou nesta terça-feira, 24, o programa Saúde com Ciência, com o objetivo de combater a desinformação em saúde e estimular a vacinação no país. Diante da queda das coberturas vacinais nos últimos anos, o governo busca interromper esse cenário preocupante, que coloca em risco a vida da população e a eficácia das campanhas de imunização.
Coordenado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, o programa atuará em cinco frentes: comunicação, responsabilização, capacitação, cooperação institucional e acompanhamento.
Na frente da comunicação, o Ministério da Saúde lançou um portal com esclarecimentos sobre as principais dúvidas da população, desmentindo as fake news disseminadas sobre vacinas. Além disso, foi disponibilizado um canal de comunicação com a pasta para checagem de conteúdos potencialmente falsos.
Já na frente da responsabilização, o governo promete encaminhar denúncias de grupos que promovam a desinformação para que sejam investigados e responsabilizados pelos órgãos competentes. O portal Fala BR, da Controladoria Geral da União (CGU), também receberá denúncias de desinformação em saúde.
O governo também está tomando medidas legais para combater a desinformação em saúde, como a remoção de canais no Telegram que disseminam conteúdos enganosos. Segundo o ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, a disseminação de conteúdos falsos pode ser enquadrada nos crimes de curandeirismo e charlatanismo.
Além disso, o programa Saúde com Ciência busca capacitar os profissionais de saúde para que não reproduzam informações equivocadas e formar parcerias com plataformas digitais, pesquisadores e sociedade civil para ampliar o alcance de informações íntegras. Também será feito o acompanhamento, análise e pesquisa de fontes de dados online e offline para monitorar a circulação de informações e seu impacto nas políticas públicas de saúde.
Durante o evento de lançamento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, criticou a postura negacionista do governo anterior e responsabilizou a gestão Bolsonaro como uma das responsáveis pela queda na adesão às vacinas. Segundo levantamento apresentado pela ministra, mais de 6,8 mil conteúdos com desinformação sobre vacinas foram encontrados em canais públicos entre julho e setembro deste ano, impactando mais de 23,3 milhões de pessoas.
No campo das parcerias institucionais, o governo anunciou parcerias com plataformas digitais como TikTok, Kwai, YouTube e Google para a divulgação de conteúdos de serviço ao cidadão relacionados à saúde. Também será lançado um chatbot tira-dúvidas no WhatsApp em parceria com as empresas Robbu e Meta.
Para promover a cultura científica e o estímulo à utilização da ciência, tecnologia e inovação, o governo incluiu o Programa Nacional de Popularização da Ciência nas ações de combate à desinformação. Uma das primeiras iniciativas foi um hackathon realizado durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no qual alunos de escolas públicas do Distrito Federal competiram para pensar em soluções e estratégias para o enfrentamento à desinformação sobre vacinas. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, anunciou também a realização de uma Olimpíada contra a Desinformação para 400 mil alunos do Ensino Médio.
Com o programa Saúde com Ciência, o governo federal busca combater a desinformação em saúde e estimular a adesão à vacinação, visando proteger a população e garantir a eficácia das campanhas de imunização. A iniciativa é essencial para reverter o cenário de queda nas coberturas vacinais e evitar o ressurgimento de doenças controladas, além de fortalecer o sistema de saúde diante de possíveis novas ondas de covid-19.
