Abin elabora guia para identificação antecipada de ataques em escolas e oferece ferramentas para segurança estadual

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desenvolveu um guia com o objetivo de classificar ameaças de ataques em escolas e fornecer ferramentas para auxiliar na detecção precoce desses casos pelas forças de segurança estaduais. De acordo com a Abin, o guia pode ser adaptado e utilizado pelas instituições de educação para estabelecer mecanismos de prevenção.

O documento, intitulado “Guia para prevenção de ataques extremistas violentos em escolas”, possui 40 páginas e começou a ser enviado para as secretarias de Segurança Pública dos estados. Ele traz indicadores que visam auxiliar na identificação de indivíduos em processo de radicalização e preparando-se para atos violentos, classificados como “mobilização para a violência”. O guia também aborda o fenômeno de ataques a escolas no Brasil e em outros países, identificando fatores de alerta e características dos agressores.

Nos últimos anos, tem sido observado um aumento no número de ataques a escolas no Brasil. Recentemente, um ataque a tiros dentro de uma escola na zona leste de São Paulo resultou na morte de uma estudante e em outras duas baleadas. Esse foi o 36º ataque registrado desde 2001, sendo que 21 deles ocorreram a partir de 2022, totalizando 11 no ano atual. É importante ressaltar que todos os agressores são do sexo masculino e possuíam histórico de sofrimento no ambiente escolar, como bullying e isolamento.

O guia da Abin também alerta para fatores que indicam a possibilidade de novos ataques, como a imitação de eventos anteriores e datas significativas. Além disso, destaca a recorrência de incitação à violência em ambientes online e a associação de indivíduos a esses conteúdos e ideologias extremistas.

No entanto, a Abin destaca que o guia não possui intenção de prever riscos de violência, mas sim auxiliar na identificação de potenciais ameaças e estabelecer prioridades na prevenção de ataques. O material é de acesso restrito e direcionado para os setores estaduais de segurança, a fim de facilitar a identificação dos agressores por parte dos agentes de segurança.

É importante ressaltar que a divulgação de informações como nomes dos autores de ataques anteriores e símbolos comuns a agressores é desencorajada por especialistas, uma vez que pode incentivar o chamado “efeito contágio” na inspiração de novos ataques. O próprio guia orienta cautela para evitar a disseminação dessas informações.

O guia elaborado pela Abin representa um avanço no combate aos ataques em escolas, fornecendo diretrizes e indicadores para a prevenção desses casos. É fundamental que as instituições de educação e as forças de segurança estaduais utilizem essas ferramentas para adotar medidas efetivas e proteger a comunidade escolar. A colaboração de todos é essencial para identificar e interromper possíveis ameaças antes que se concretizem em ataques violentos.

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