Durante o evento, o BNDES e o FIDA assinaram um contrato de financiamento para disponibilizar os recursos aos nove estados do Nordeste que tiveram seus projetos aprovados. Ao todo, foram investidos R$ 1,5 bilhão, com a inclusão de mais R$ 300 milhões provenientes de recursos próprios do BNDES.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que esse projeto não se trata apenas de uma iniciativa social, mas também de uma pesquisa estratégica diante do cenário de eventos climáticos extremos. O presidente ainda citou a parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que também está envolvida no projeto.
Mercadante destacou a importância desse projeto em relação às mudanças climáticas que a região do Nordeste enfrenta. Segundo ele, o ano passado foi considerado o mais quente da história, e as previsões indicam que os próximos cinco anos serão ainda mais quentes. Com isso, o semiárido nordestino, que já sofre historicamente com a falta de recursos hídricos e com o sol intenso, fica ainda mais exposto ao aquecimento global.
O projeto tem como foco principal promover a resiliência climática da população rural do semiárido brasileiro, incluindo agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais como indígenas, fundo de pasto e quilombolas. Além disso, os beneficiados receberão capacitação e deverão adotar práticas que proporcionem acesso à água, aumentem a produtividade, segurança alimentar e resiliência dos sistemas de produção agrícola, restaurem ecossistemas degradados e promovam a redução das emissões de gases do efeito estufa.
O Projeto Sertão Vivo conta ainda com o apoio do Consórcio Nordeste, que é composto pelos nove governadores da região, e é acompanhado de perto pelo BNDES.
Vale ressaltar que esse foi o primeiro evento público do presidente Lula após a cirurgia que realizou em setembro para restauração da articulação do quadril direito. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também esteve presente na cerimônia.
Com um investimento tão significativo, espera-se que o Projeto Sertão Vivo possa contribuir fortemente para melhorar as condições de vida das famílias do nordeste brasileiro, tornando-as mais resistentes às adversidades climáticas e garantindo-lhes acesso à segurança alimentar e recursos hídricos. Essa iniciativa pode servir de exemplo para outras regiões do mundo que enfrentam desafios semelhantes, promovendo assim a resiliência climática global.