Milicianos incendeiam mais de 20 ônibus após a morte do líder da maior milícia do RJ, causando prejuízo de R$ 35 milhões e transtornos na mobilidade urbana

No Rio de Janeiro, os ataques de milicianos ao transporte público na última segunda-feira resultaram em um prejuízo financeiro de cerca de R$ 35 milhões para as empresas e dificultaram a mobilidade da população. A cidade registrou um recorde de ônibus queimados em um só dia, totalizando 35 coletivos, sendo 20 de operação municipal, cinco modelos do BRT, além de outros utilizados para turismo e fretamento.

A estimativa do prejuízo foi feita pela Semove, federação que representa 184 empresas de ônibus no estado. Eles afirmam que a inexistência de seguro para esse tipo de crime dificulta a reposição dos veículos destruídos, prejudicando quem depende do transporte coletivo. Segundo a federação, cada ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em um período mínimo de seis meses, tempo necessário para a reposição no sistema de transporte.

Nesta terça-feira, moradores da zona oeste do Rio de Janeiro, área que foi alvo dos ataques, enfrentaram dificuldades para utilizar o transporte público pela manhã. Os relatos indicam que o problema começou desde às 4h. A situação gerou reclamações nas redes sociais, mostrando a insatisfação e a falta de informações sobre o transporte público na Zona Oeste.

O governador Cláudio Castro, do partido PL, informou que dos 12 detidos, apenas seis ficaram presos, pois a polícia não conseguiu provar que eles estavam envolvidos nos ataques em represália à morte de Faustão, apontado como o número dois da maior milícia do Rio. Os outros seis presos serão indiciados por terrorismo e a denúncia contra eles será enviada ao Ministério Público. O governador afirmou em entrevista coletiva que a força de segurança do estado estará nas ruas para garantir a tranquilidade e o direito de ir e vir da população.

Faustão, que foi morto durante um confronto entre milicianos e agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais e do Departamento Geral de Polícia Especializada, era apontado como um dos atiradores que matou o ex-vereador Jerominho. Ele fazia parte da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, tio de Faustão. O objetivo do governador é prender as três principais lideranças criminosas do estado, incluindo Zinho, Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, e Wilton Quintanilha, chamado de Abelha.

Enquanto isso, a advogada de Faustão criticou a atuação das forças de segurança, afirmando que o estado precisa ser competente para prender os criminosos e não covarde para executá-los. Ela questionou por que, quando se trata dos integrantes da família Braga, a Polícia Civil do Rio de Janeiro não efetua prisões, apenas execuções. A situação demonstra a complexidade do problema enfrentado no estado e a necessidade de um combate efetivo ao crime organizado.

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