Escola Estadual Sapopemba em São Paulo é acusada de negligência e conhecimento prévio de casos de bullying e violência.

Um trágico ataque a tiros chocou a cidade de São Paulo na manhã de segunda-feira. Um estudante de 16 anos abriu fogo em sua escola, a Escola Estadual Sapopemba, deixando uma aluna morta e outros três feridos. O atirador foi apreendido e encaminhado para a Fundação Casa. A investigação está focada em descobrir as motivações por trás desse terrível ato.

De acordo com o advogado do adolescente, Antonio Edio, seu cliente alega que agiu em resposta a práticas de bullying e homofobia que vinha sofrendo. Essa alegação é corroborada pelo depoimento de uma coordenadora da escola, que mencionou confusões envolvendo o aluno. Isso contradiz as afirmações do governador Tarcísio de Freitas, que afirmou que a direção da escola não apontava o estudante como um agressor em potencial.

A coordenadora pedagógica relatou que duas estudantes procuraram-na para alertar sobre o comportamento agressivo do jovem na semana anterior ao ataque. Ela planejava conversar com ele na sexta-feira, mas o aluno não compareceu à escola. Ela afirma que estava se dirigindo para falar com ele na segunda-feira, quando ouviu os primeiros tiros.

Esse não foi o primeiro incidente envolvendo o adolescente. Segundo a coordenadora, houve um desentendimento entre ele e outra aluna no início do ano. Além disso, uma professora de biologia afirmou que o estudante não tinha comprometimento com aulas, ficava no celular e não prestava atenção. Ela, no entanto, não observou nenhum caso de bullying contra ele em suas aulas.

O advogado do adolescente ressaltou que a Secretaria da Educação tinha conhecimento dessa grave situação de violência e não tomou medidas adequadas para evitá-la. A comunidade escolar também relata um histórico de negligência da escola em relação a casos de agressões graves e bullying. Muitas famílias afirmam que os alertas à direção eram negligenciados e que as medidas prometidas não eram cumpridas.

A Escola Estadual Sapopemba já apresentava um desempenho abaixo da média nacional e estadual nas avaliações educacionais. Além disso, relatos dos pais e alunos indicam um ambiente pouco seguro, com brigas frequentes nas ruas ao redor da escola.

A Secretaria de Educação declarou que está concentrando esforços em apoiar a comunidade escolar e que uma equipe está acompanhando a unidade para entender as necessidades e providenciar soluções. A secretaria também informou que o atendimento psicológico já está disponível e que novas ações estão sendo estudadas para prevenir atos violentos nas escolas.

Esse trágico incidente expõe a severidade do problema do bullying e da violência nas escolas. É preciso que as autoridades educacionais e governamentais tomem medidas efetivas para garantir a segurança e o bem-estar dos estudantes.

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