A informação foi divulgada pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), Francesco La Camera, durante a abertura da Semana Internacional da Energia de Singapura. La Camera também faz parte do conselho consultivo da COP.
O presidente da COP28, Sultan al-Jaber, já havia manifestado sua intenção de buscar uma meta para ampliar a produção de energias renováveis. A novidade agora é a pressa em apresentar uma decisão positiva durante a cúpula dos líderes mundiais, nos dias 1º e 2 de dezembro, em vez de utilizar todo o tempo da conferência para a negociação.
“A presidência da COP28 apoia fortemente a mensagem de triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência e introduziu um compromisso global para esta meta, que será assinado por vários líderes na Cúpula Mundial de Ação Climática, durante a COP28”, disse o chefe da Irena. O compromisso também conta com o apoio da União Europeia, Barbados, Chile, Quênia e Estados Unidos. Cerca de 250 empresas já o assinaram.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Camera afirmou ter esperança de que o acordo seja assinado rapidamente. Ele destacou o compromisso do G7 e do G20 em aumentar a produção de energias solar e eólica, mas ressaltou que nem tudo ainda foi definido.
Para que a meta seja atingida, é preciso superar três barreiras: infraestrutura física, ambiente jurídico e político favorável e aumento das capacidades institucionais. Além disso, é necessário reduzir drasticamente a produção e uso de combustíveis fósseis, o que representa um desafio considerável devido ao impacto econômico para muitos países.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), triplicar a capacidade mundial de produção de energias renováveis até 2030 é crucial para limitar o aquecimento global a 1,5°C e evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. No entanto, é necessário reduzir significativamente o uso de combustíveis fósseis, o que representa um dos principais pontos de dissenso nas discussões climáticas internacionais.
A COP28 promete ser especialmente sensível em relação aos cortes na produção de combustíveis fósseis, considerando que eles são responsáveis por uma parte significativa da riqueza dos Emirados Árabes Unidos. O presidente da COP, Jaber, é também chefe da empresa estatal de petróleo do país, o que tem gerado críticas de conflito de interesses.
A conferência terá a participação inédita da Opep, que terá um estande na COP. O relatório anual da AIE divulgado recentemente alertou que, mesmo com os esforços para aumentar a produção de energias renováveis, a demanda por combustíveis fósseis ainda é muito alta.
São necessárias ações urgentes para concretizar as metas estabelecidas para combater as mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade do planeta. A COP28 é uma oportunidade crucial para líderes mundiais e representantes da indústria discutirem soluções e tomarem medidas concretas.