Circulação de ônibus na zona oeste do Rio de Janeiro está 90% normalizada após ataques criminosos.

No início desta terça-feira (24), a circulação de ônibus na zona oeste do Rio de Janeiro apresentou uma normalização de 90%, de acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus do Município do Rio de Janeiro, a Rio Ônibus. Por volta das 9h30, essa marca foi atingida, o que indica uma melhora significativa em relação aos ataques recentes ocorridos na região. Nas demais áreas da cidade, o transporte público segue operando de forma regular.

Os problemas na circulação de veículos na zona oeste são resultados de ações violentas realizadas por milicianos, que incendiaram 35 ônibus na tarde de segunda-feira (23), como forma de reação à ação policial contra os membros dessa organização criminosa. Um homem, apontado como líder da quadrilha, foi morto.

Entretanto, o serviço de BRT (Bus Rapid Transit), que são ônibus expressos que circulam em vias exclusivas, conseguiu normalizar a operação no ramal Transoeste, que abrange os bairros afetados pelos ataques criminosos. Durante as primeiras horas do dia, o intervalo entre as viagens estava irregular, mas aos poucos a situação foi se estabilizando.

Além dos ônibus, os trens também foram alvo dos ataques. Uma composição foi atacada durante a noite e a circulação no ramal Santa Cruz, que atende a zona oeste, só teve intervalos regulares por volta das 9h. Embora as estações entre Santa Cruz e Campo Grande tenham sido reabertas, o início do tráfego ocorreu mais tarde do que o habitual, às 4h, e trens especiais e expressos que operam na região foram suspensos.

No que diz respeito às escolas da cidade, a Secretaria Municipal de Educação informou que 20 unidades estão fechadas nesta terça-feira. Já as escolas da rede estadual estão funcionando normalmente, porém, com uma baixa adesão dos alunos, de acordo com a secretaria. Na noite anterior, 12 escolas suspenderam as aulas nas áreas afetadas, afetando cerca de 2,9 mil estudantes.

Em relação ao estágio de normalidade da cidade, o Centro de Operações da prefeitura do Rio comunicou que ele foi retomado às 8h45 desta terça-feira. A cidade estava em estágio de mobilização desde às 23h15 do dia anterior, em virtude dos ataques. Vale lembrar que o Rio chegou a entrar em estágio de atenção às 18h40 de ontem. No estágio de normalidade, o primeiro em uma escala de cinco, não há ocorrências de grande impacto na cidade.

Em relação aos ataques e à morte do líder da quadrilha, a Rio Ônibus considera os acontecimentos como o maior ataque já realizado em um único dia contra a frota de ônibus da cidade. Ao todo, 35 coletivos foram incendiados entre a tarde e a noite de segunda-feira. A Supervia relatou que um trem que partia de Santa Cruz teve a cabine incendiada, mas os passageiros e o maquinista conseguiram desembarcar em segurança. Seis estações foram fechadas, tornando ainda mais complicado o retorno para casa dos moradores da zona oeste. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou que 12 pessoas foram presas e irão responder por terrorismo.

Diante desse cenário de violência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio ao estado do Rio por meio das redes sociais, afirmando que é necessário buscar soluções conjuntas para enfrentar o crime organizado. Ele ressaltou a importância de unir governadores, prefeitos e o governo federal para trabalharem juntos em busca de melhorias nas condições de vida das pessoas e na segurança pública. Lula também destacou que o governo não irá se esconder e que irá utilizar a estrutura dos ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar no combate ao crime organizado e às milícias no Rio.

Por fim, o governador Cláudio Castro reforçou o empenho em responsabilizar os envolvidos nos ataques, afirmando que os presos irão responder por terrorismo. Até o momento, doze suspeitos foram detidos, sendo que seis foram liberados por falta de provas. A situação na cidade ainda é delicada, mas as autoridades estão trabalhando para garantir a segurança e a volta à normalidade.

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