Adolescente responsável por ataque a tiros em escola de São Paulo faz publicações racistas e neonazistas nas redes sociais

Na manhã desta segunda-feira (23), um aluno de 16 anos realizou um ataque a tiros dentro da Escola Estadual Sapopemba, localizada na zona leste de São Paulo, resultando na morte de uma adolescente. Após o ocorrido, foi descoberto que o autor das agressões havia feito publicações racistas e neonazistas nas redes sociais.

Um vídeo mostrando o adolescente com uma suástica desenhada na bochecha foi divulgado pelo jornal Folha. Além disso, uma postagem no Twitter revelava ataques racistas proferidos por ele contra uma mulher que criticava seus amigos.

No inquérito policial sobre o ataque à escola, a mãe do jovem relatou que ele possuía diversos seguidores nas redes sociais e chegou a negociar a gravação oficial de uma música antes de publicar a imagem com o símbolo nazista. A repercussão negativa da publicação gerou indignação e fez com que o projeto fosse cancelado.

A mãe confrontou o filho sobre o significado do símbolo nazista, ao qual ele respondeu que não tinha conhecimento sobre seu significado. A polícia descobriu também que o adolescente se automutilou na coxa, desenhando uma suástica, na intenção de ganhar pontos em um grupo na internet.

Ao ser apresentada a imagem da suástica para a mãe durante o inquérito, ela afirmou desconhecer tais marcas na perna do jovem. Além disso, ele admitiu ter se automutilado com uma lâmina de barbear, porém negou ter recebido incentivo de alguém para fazê-lo.

O adolescente frequentava o bairro da Liberdade e tentava ganhar seguidores nas redes sociais. Apesar de não possuir muitos seguidores no TikTok, usuários comentaram surpresos sobre a autoria do ataque. Em vídeos divulgados nas redes, ele aparece sendo agredido por mulheres dentro da escola e também em uma festa na rua.

A mãe do atirador registrou um boletim de ocorrência em abril, alegando que o filho havia sido agredido por alunos de outra escola em Sapopemba. Ela afirmou que o jovem passou a receber ameaças online de grupos rivais, o que desencadeou medo de que as ameaças se espalhassem.

O advogado do adolescente afirmou que ele realizou o ataque como uma tentativa de resolver o bullying e a homofobia que sofria na escola. Segundo ele, o jovem estava cansado da situação e resolveu pegar uma arma de fogo que estava na casa de seu pai.

As motivações para o ataque ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil. A empresa Discord, que é uma plataforma onde o estudante expressou sua intenção de se sentir poderoso, colaborou com as investigações e afirmou que toma medidas quando identifica conteúdo prejudicial.

A polícia trabalha com a possibilidade de que outras pessoas tenham participado indiretamente do ataque, devido à reputação da plataforma como um espaço sem regras, onde ocorrem abusos e agressões envolvendo jovens.

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