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Quatro estados brasileiros ultrapassam limite de gastos com funcionalismo público, aponta relatório do Tesouro Nacional

Quatro estados brasileiros estão superando o limite de gastos com o funcionalismo do Poder Executivo local, de acordo com o Relatório de Gestão Fiscal em Foco (RGF) dos Estados e do Distrito Federal, publicado nesta segunda-feira (23) pelo Tesouro Nacional. Os estados que excederam o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que determina que os estados e municípios não podem gastar mais de 49% da receita corrente líquida (RCL) com pessoal no Poder Executivo, são Rio Grande do Norte, Roraima, Acre e Minas Gerais.

Além disso, dois estados ultrapassaram o teto para o funcionalismo do Poder Legislativo local, fixado em 3% da RCL. Os estados que excederam esse limite foram Alagoas e Roraima. Já no Ministério Público, o estado do Maranhão também excedeu o limite estabelecido em 2% da RCL, com 2,04%.

Essa situação fiscal dos estados tem sido pressionada pela desoneração de combustíveis no ano passado e pela queda da inflação, o que acarreta em menor crescimento dos impostos. A redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tem causado perda de receita para vários estados, uma vez que esse imposto é de exclusividade dos estados e está atrelado aos preços.

De acordo com a LRF, quando os estados excedem o limite de gastos com pessoal, estão sujeitos a algumas sanções, como a proibição de receber transferências voluntárias, de obter garantia do Tesouro Nacional ou de outro ente público para empréstimos, e de contratar operações de crédito, exceto para refinanciar a dívida em títulos ou para reduzir gastos com pessoal.

No entanto, a situação dos estados deve melhorar no fim do ano, com a compensação de R$ 27 bilhões que a União começará a pagar pela perda de receita provocada pela redução do ICMS dos combustíveis no período de julho a dezembro de 2022. O projeto que prevê essas transferências aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por fim, o relatório também divulgou a proporção de endividamento dos estados. Embora a LRF estabeleça um limite de dívida consolidada líquida de até 200% da RCL, nenhum estado ultrapassou esse limite. No entanto, os estados com as maiores dívidas são Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Vale ressaltar que o Relatório de Gestão Fiscal em Foco é elaborado com base nos relatórios publicados pelos próprios entes públicos no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), gerido pelo Tesouro Nacional. Esses relatórios são enviados pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.

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