Repórter São Paulo – SP – Brasil

Estiagem agravada no Amazonas leva Rio Negro a atingir nível mínimo histórico de água

O Rio Negro, um dos principais rios da região amazônica, atingiu um novo nível mínimo histórico devido ao agravamento da estiagem no Amazonas. Segundo a medição realizada pelo Porto de Manaus, a cota do rio chegou a 13,19 metros. Desde o fim de abril deste ano, o nível tem diminuído gradualmente e a previsão é que continue baixando até o início de novembro, quando termina o período de estiagem.

Essa redução drástica do nível do Rio Negro tem gerado consequências em todo o estado do Amazonas. De acordo com o último boletim do governo estadual, divulgado na sexta-feira (20), 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência devido à estiagem. Cerca de 146 mil famílias foram afetadas, o que representa aproximadamente 590 mil pessoas.

A grave situação levou à mobilização das autoridades competentes. Nesta semana, a Marinha brasileira, em conjunto com o Exército e as autoridades locais, distribuiu mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral em municípios da região do Alto Solimões. A distribuição começou por Tabatinga, próximo à fronteira com a Colômbia e o Peru, e deve percorrer vários outros municípios ribeirinhos, como Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.

O Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, utilizado pela Marinha nessa operação, é considerado o principal meio de transporte para a distribuição de suprimentos essenciais na região. Além de alimentos e água potável, a embarcação também atua no atendimento primário à saúde e na distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas.

O Ministério da Saúde também anunciou uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas devido à estiagem histórica. Na semana passada, o ministério enviou ao estado sete kits de calamidade, contendo medicamentos e insumos, com capacidade para atender a 10,5 mil pessoas por até um mês.

A gravidade da situação também chamou a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conversou por telefone com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na quinta-feira (19). Ambos os chefes de Estado abordaram o tema da seca que atinge a Amazônia, mostrando a preocupação em encontrar soluções para combater os efeitos da estiagem no maior bioma do país.

A estiagem prolongada no Amazonas tem colocado diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. As ações de ajuda federal, como a distribuição de alimentos, água e medicamentos, são essenciais para minimizar os impactos causados pela falta de chuvas na região. No entanto, é importante que sejam adotadas medidas sustentáveis a longo prazo para garantir a preservação do ecossistema amazônico e a qualidade de vida das comunidades que dependem dele.

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