Em São Paulo, o Afoxé Ọmọdé Ọba tem chamado a atenção. Ao som do Ijexá, um ritmo tradicional em diversas religiões de matriz africana, o grupo realiza cortejos pelas periferias da cidade, resgatando as memórias ancestrais negras dos terreiros e promovendo a tradição dos Afoxés. Neste fim de semana, o grupo realizará um cortejo em homenagem a personalidades negras da cultura brasileira, como o ator e sambista Aílton Graça, a escritora e poeta Tula Pilar, o músico e capoeirista Mestre Môa do Katendê e a Mestra da dança e professora Renata Kabilaewatala.
Na literatura, destaque para o livro ‘Poesias Pós-Parto’, de Priscila Obaci. A autora, que também é uma das fundadoras da companhia Capulanas, formada por mulheres negras, utilizou suas experiências pessoais como mulher, moradora da periferia e mãe para escrever a obra. O livro conta com 40 poemas que servem como apoio e acolhimento para mães em diferentes momentos. Poemas como ‘Deusa de mim mesma’ e ‘Mantra da sociedade’ são imperdíveis.
Outra obra relevante é ‘Não Podemos Esperar’, de Israel Neto. O autor se destaca como um dos principais nomes da escrita afro-futurista, que busca criar outros futuros para as populações negras por meio da ficção científica. O livro aborda uma manifestação contra séculos de racismo que, de repente, toma um rumo inesperado devido a uma outra tragédia. A obra viaja pelo tempo e pelo espaço, mantendo os pés na realidade.
Essas são algumas das novidades culturais que têm chamado a atenção da comunidade do Expresso na Perifa. A música de Oduma, os cortejos do Afoxé Ọmọdé Ọba, os poemas de Priscila Obaci e a escrita afro-futurista de Israel Neto são exemplos de expressões artísticas que valorizam a cultura negra e promovem a representatividade em diferentes formas de arte.