Após furto de metralhadoras, cerca de 160 militares seguem aquartelados em sede do Arsenal de Guerra em São Paulo

Ao todo, 160 militares permanecem aquartelados na sede do Arsenal de Guerra de São Paulo, localizada em Barueri, região metropolitana, após a descoberta de que oito das 21 metralhadoras furtadas foram encontradas em uma comunidade no Rio de Janeiro. O general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar Sudeste, informou em entrevista coletiva que os militares não estão presos, mas continuam no local porque podem ser requisitados para ações ou nas investigações. No entanto, o oficial não especificou até quando vai durar essa situação.

Inicialmente, um total de 480 militares ficaram retidos na unidade por uma semana desde a descoberta do desaparecimento das armas, no último dia 10 de setembro. Eles foram aquartelados em estado de “prontidão”, procedimento acionado quando a tropa precisa ser mobilizada rapidamente para a ação. Nesse caso, o aquartelamento serviria tanto para manter suspeitos no local quanto para agilizar uma eventual operação de busca das armas. No entanto, na última terça-feira, o Exército informou que a situação mudou para o estado de sobreaviso, ou seja, eles permanecem retidos para colaborar na investigação e possíveis ações necessárias.

Durante a entrevista desta quinta-feira, o general mencionou que dezenas de militares, entre novatos e oficiais, receberam formulários de apuração militar e estão sendo investigados por falhas administrativas. Eles têm até 72 horas para apresentarem defesa. Os militares temporários serão expulsos, enquanto os de carreira serão submetidos a conselhos de justificação ou disciplina. Além disso, civis envolvidos também poderão ser julgados pela Justiça Militar por se tratar de um crime dessa competência. O diretor do Arsenal de Guerra, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, será exonerado do cargo.

O general também confirmou que os furtos ocorreram entre os dias 5 e 8 de setembro e que houve troca de lacres e cadeados para esconder o desvio das armas. Questionado sobre possíveis falhas nas câmeras de segurança do quartel, ele afirmou que essas informações fazem parte do inquérito civil militar e são sigilosas. A principal linha de investigação é que as metralhadoras tenham sido furtadas com a participação de militares do Arsenal, porém nenhuma hipótese está descartada, de acordo com o Comando Militar Sudeste.

Todos os processos da organização militar serão revisados e os responsáveis pela fiscalização e controle do armamento poderão ser responsabilizados nas esferas administrativa e disciplinar. As oito armas apreendidas foram encontradas no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro, pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil. Dentre as armas apreendidas estão quatro metralhadoras .50 e quatro de calibre 7.62.

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