Mães aguardam ansiosas pela liberação de soldados aquartelados após o desaparecimento de metralhadoras em Barueri, São Paulo

Na tarde de quarta-feira (18), as mães dos soldados aquartelados no Arsenal de Guerra, em Barueri, São Paulo, esperavam ansiosas pela liberação de seus filhos. No entanto, a saída dos soldados foi adiada devido ao desaparecimento de 21 metralhadoras, o que resultou na proibição de saída dos militares desde o dia 10 de outubro.

A liberação dos militares começou na noite de terça-feira (17), de acordo com o Comando Militar Sudeste. Até a noite de quarta-feira, 160 militares permaneciam no local para colaborar com as investigações, enquanto outros 320 conseguiram autorização para retornar para casa ao final do expediente.

Uma mãe, que foi até o Arsenal para levar comida e roupas para o filho, teve que retornar sozinha pois seu soldado ainda precisava prestar depoimento. Outra mãe, identificada apenas como Heloísa, recebeu um telefonema do quartel no meio da tarde, informando que poderia buscar seu filho de 19 anos. Ela foi ao local com uma amiga e esperou mais de uma hora até que o soldado saísse e pudessem se abraçar.

Os militares foram liberados em grupos, porém nenhum deles conversou com a imprensa. Segundo o Comando Militar Sudeste, eles foram inicialmente aquartelados em estado de “prontidão”, que é ativado em situações em que a tropa precisa estar pronta para uma ação rápida. No caso do sumiço das metralhadoras, o aquartelamento pode ter servido para manter suspeitos no local ou agilizar uma possível operação para encontrar as armas.

O Exército informou que as armas desaparecidas são inservíveis, porém o Arsenal de Guerra é responsável por sua manutenção. Isso não descarta a possibilidade de que, após os reparos, elas voltem a ser operacionais. Oficiais envolvidos na investigação afirmaram que cerca de 40 militares já foram ouvidos até a manhã de terça-feira. O objetivo é determinar o momento em que as metralhadoras foram furtadas ou desviadas.

A contagem das armas não é feita periodicamente, apenas quando algum militar precisa retirá-las para manutenção ou transporte. Após retirar as armas dos cabides com trancas, é necessário fazer uma contagem e registrar o número em arquivos do Arsenal de Guerra.

O Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro está conduzindo a investigação, com apoio do Comando Militar do Sudeste. O Inquérito Policial Militar tem prazo de 40 dias e é conduzido sob sigilo. A Secretaria da Segurança Pública informou que as polícias Civil e Militar estão auxiliando na localização do armamento desaparecido, mesmo sem registro de boletim de ocorrência por parte do Exército.

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