O objetivo dessa medida é manter os suspeitos no local enquanto a investigação é realizada, além de agilizar uma possível operação de busca pelas armas. Inicialmente, cerca de 480 militares estavam aquartelados, porém, na noite de terça-feira (17), o Exército informou que a situação mudou de estado de prontidão para sobreaviso, resultando em uma redução do efetivo da tropa no quartel. Não foram divulgados números exatos sobre quantos militares permanecem aquartelados.
O aquartelamento é acionado apenas em casos graves e iminentes, conforme estabelecido pelo Regulamento Interno e dos Serviços Gerais do Exército. O comandante responsável pela unidade deve informar imediatamente seus superiores, e os militares devem se dirigir ao quartel o mais rápido possível, mantendo-se uniformizados, equipados e armados. Todas as ordens passam a ser atribuição exclusiva do comandante da unidade.
Segundo o general da reserva e ex-deputado federal Roberto Peternelli, essa medida é comum quando algo fora do normal acontece em um quartel. O aquartelamento serve para evitar que as pessoas que tiveram acesso ao armamento roubado possam dar destino a ele.
No último grande roubo de armamento militar, em 2009, foi realizada uma operação de busca imediata ao invés de aquartelamento, pois o crime ocorreu de forma diferente. Desta vez, o sumiço das metralhadoras foi descoberto durante uma inspeção e ainda não foram divulgados detalhes sobre como as armas saíram do arsenal.
Em casos de uma possível operação militar iminente, o aquartelamento também é adotado. Em janeiro deste ano, por exemplo, o Exército colocou 2.500 militares em regime de prontidão devido à expectativa de um possível decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) após a invasão das sedes dos três Poderes em Brasília.
Quanto ao sumiço das metralhadoras, um Inquérito Policial Militar foi aberto pelo Exército para investigar o caso. As principais hipóteses são de que houve furto ou extravio dos armamentos, considerando que a chance de ter ocorrido uma contagem errada foi descartada. O Ministério Público Militar está acompanhando as investigações.