Exército mantém militares aquartelados em Barueri após sumiço de 21 metralhadoras

O Exército Brasileiro está mantendo militares aquartelados no Quartel de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, desde o dia 10 de outubro, quando foi constatado o sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP). O aquartelamento é um procedimento utilizado em situações em que é necessária uma rápida mobilização da tropa para ação.

O objetivo dessa medida é manter os suspeitos no local enquanto a investigação é realizada, além de agilizar uma possível operação de busca pelas armas. Inicialmente, cerca de 480 militares estavam aquartelados, porém, na noite de terça-feira (17), o Exército informou que a situação mudou de estado de prontidão para sobreaviso, resultando em uma redução do efetivo da tropa no quartel. Não foram divulgados números exatos sobre quantos militares permanecem aquartelados.

O aquartelamento é acionado apenas em casos graves e iminentes, conforme estabelecido pelo Regulamento Interno e dos Serviços Gerais do Exército. O comandante responsável pela unidade deve informar imediatamente seus superiores, e os militares devem se dirigir ao quartel o mais rápido possível, mantendo-se uniformizados, equipados e armados. Todas as ordens passam a ser atribuição exclusiva do comandante da unidade.

Segundo o general da reserva e ex-deputado federal Roberto Peternelli, essa medida é comum quando algo fora do normal acontece em um quartel. O aquartelamento serve para evitar que as pessoas que tiveram acesso ao armamento roubado possam dar destino a ele.

No último grande roubo de armamento militar, em 2009, foi realizada uma operação de busca imediata ao invés de aquartelamento, pois o crime ocorreu de forma diferente. Desta vez, o sumiço das metralhadoras foi descoberto durante uma inspeção e ainda não foram divulgados detalhes sobre como as armas saíram do arsenal.

Em casos de uma possível operação militar iminente, o aquartelamento também é adotado. Em janeiro deste ano, por exemplo, o Exército colocou 2.500 militares em regime de prontidão devido à expectativa de um possível decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) após a invasão das sedes dos três Poderes em Brasília.

Quanto ao sumiço das metralhadoras, um Inquérito Policial Militar foi aberto pelo Exército para investigar o caso. As principais hipóteses são de que houve furto ou extravio dos armamentos, considerando que a chance de ter ocorrido uma contagem errada foi descartada. O Ministério Público Militar está acompanhando as investigações.

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