A Europa e o Oriente Médio são as regiões que mais produzem e consomem anfetaminas, cada uma com suas especificidades. Enquanto na Europa o estimulante é consumido em pó e pasta, no Oriente Médio é utilizado na forma de comprimidos conhecidos como Captagon, embora não sejam exatamente essa substância.
O Captagon era um medicamento de prescrição médica proibido na década de 80 devido à sua alta dependência. Países como Síria e Líbano começaram a produzir anfetaminas usando esse nome, aproveitando sua popularidade devido aos efeitos eufóricos e energéticos que proporciona aos usuários.
As agências europeias de drogas e cooperação policial publicaram uma análise sobre a produção e tráfico dessas drogas sintéticas. De acordo com a análise, os métodos de fabricação têm se simplificado e sofisticado ao longo dos anos, o que aumenta os lucros. Isso tem levado ao surgimento de novos laboratórios, pois muitas vezes a produção final acontece em locais diferentes daqueles onde a anfetamina é sintetizada, sendo apenas convertida em sulfato de anfetamina em laboratórios de conversão.
A disseminação desses laboratórios é uma das principais preocupações quando se trata do mercado de anfetaminas. Há indícios de que o óleo-base de anfetamina esteja sendo traficado dos países produtores para outros Estados-membros da União Europeia, onde preço e pureza são maiores.
Rita Jorge, perita do OEDT, ressalta que a produção dessas drogas envolve operações profissionais, como em fábricas químicas, e utiliza um processo chamado Leuckart, que se baseia na química orgânica.
Diante desse cenário, há a preocupação de que a droga seja produzida com ainda mais potência e venha a aumentar sua produção devido à demanda por Captagon na Península Arábica. Isso pode ter efeitos perniciosos na União Europeia, tanto em termos de produção quanto de tráfico.
Além do impacto nos consumidores, as anfetaminas também têm um grande impacto nas comunidades e causam danos ambientais, com resíduos químicos sendo despejados no solo e na água.
As agências consideram necessário melhorar a troca de informações sobre a produção e distribuição dessas drogas para combater sua expansão. Isso inclui compartilhar informações operacionais e estratégicas para orientar intervenções criminais, controlar os fluxos de precursores e produtos químicos essenciais na produção de anfetaminas.