José Renato Torres participou das reuniões com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para discutir o apoio do governo federal às operações policiais no Rio de Janeiro. De acordo com interlocutores do governador Cláudio Castro, o ministro foi informado sobre a mudança na cúpula da Polícia Civil. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, disse que não estava ciente da troca, mas considerava normal as mudanças nos cargos.
A resistência de José Renato Torres em atender às indicações políticas para cargos na Polícia Civil tem causado contrariedade entre os deputados estaduais. O subsecretário de Planejamento operacional, delegado William Pena Júnior, ameaçou pedir exoneração na quinta-feira passada devido ao desentendimento.
Os deputados alegam que o secretário não cumpriu os compromissos assumidos, enquanto a cúpula da Polícia Civil considera os pedidos de indicações políticas excessivos. O presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, defendeu a exoneração do secretário Cláudio Castro durante um almoço entre eles.
Nesta terça-feira, o governador Cláudio Castro enviou à Assembleia Legislativa uma proposta para alterar a Lei Orgânica da Polícia Civil, o que permitiria a mudança na contagem de tempo de carreira exigido para o cargo de secretário da corporação. Atualmente, são necessários 15 anos como delegado, mas o governador solicitou que o tempo na instituição seja considerado integralmente, incluindo o período como inspetor. Essa mudança é necessária para que o nome indicado pela Assembleia, o delegado Marcus Amin, possa assumir o cargo de secretário da Polícia Civil. Marcus Amin é atualmente presidente do Detran e tem 12 anos como delegado e mais de três anos como inspetor.
Cláudio Castro justificou o pedido de alteração na lei como uma medida para incentivar a qualificação dos policiais e valorizar a carreira. Agora, resta aguardar a análise e a votação da proposta na Assembleia Legislativa para que as mudanças na cúpula da Polícia Civil do Rio de Janeiro possam ser efetivadas.