Juros futuros caem devido à perspectiva de alívio no conflito Israel-Hamas, Puxando também Dólar e Petróleo para baixo

As taxas de juros futuros fecharam em queda nesta segunda-feira, mesmo com o avanço dos rendimentos dos Treasuries e a tensão geopolítica. Os investidores foram favorecidos pela leitura de que o conflito entre Israel e o Hamas não tomará maiores proporções, o que também influenciou a baixa do dólar e do petróleo.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 10,940%, enquanto o DI para janeiro de 2026 caiu para 10,73%. Já o DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,89% e o DI para janeiro de 2029 recuou para 11,31%.

Durante toda a sessão, as taxas de juros permaneceram em queda, com os investidores buscando parte dos prêmios embutidos na sexta-feira, quando a tensão na Faixa de Gaza aumentou. Apesar da colocação de prazos apertados por Israel para a desocupação da área norte da região e a presença de tanques nas áreas fronteiriças, a invasão por terra não se concretizou, o que trouxe alívio aos ativos.

Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, não se espera que o conflito entre Israel e o Hamas escala após a fala do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Rostagno afirma que a expectativa é de que a estratégia de Israel seja mais cuidadosa.

Para o economista-chefe-adjunto da Capital Economics, Jonas Goltermann, o nervosismo do mercado parece ter se estabilizado, mas a incerteza nessa frente não desaparecerá totalmente tão cedo. Goltermann destaca que os preços do petróleo, mesmo com a queda de hoje, ainda estão acima dos níveis de duas semanas atrás, refletindo os riscos para o abastecimento caso o conflito se agrave e envolva o Irã.

As taxas de juros renovaram mínimas à tarde nos vencimentos de longo prazo, acompanhando a queda do dólar e ignorando a pressão dos Treasuries, atribuída à migração de recursos para as ações.

O aumento do apetite ao risco também está relacionado a um dado de atividade nos Estados Unidos, que teve queda maior do que o previsto, e às declarações de mais um dirigente do Federal Reserve, indicando que o ciclo de aperto monetário terminou.

No âmbito doméstico, a pesquisa Focus do Banco Central não influenciou os preços dos juros, mesmo com a queda na mediana das previsões do IPCA para 2023. As expectativas para 2024 e 2025 se mantiveram, o que não teve grande impacto na curva de juros.

Em relação à Selic, as medianas do Boletim Focus estão mais otimistas do que a precificação da curva, apontando uma taxa terminal ainda em dois dígitos. O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Mauricio Moura, enfatizou que o Copom não tem um alvo pré-definido para a Selic ao fim do ciclo. O corte da taxa dependerá de vários fatores, como a atividade econômica e as expectativas de inflação.

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