Crise na cadeia produtiva de leite no Rio Grande do Sul preocupa pecuaristas e agricultores familiares, de acordo com senador.

A cadeia produtiva de leite no Rio Grande do Sul enfrenta uma crise, segundo destacou o senador Paulo Paim (PT-RS) em pronunciamento nesta segunda-feira (16). O principal motivo apontado pelo parlamentar é o modelo de importação de produtos adotados pelos governos estadual e federal.

Os produtores de leite e agricultores familiares estão preocupados com o aumento substancial das importações de leite e derivados do Mercosul. De acordo com o senador, esse aumento atingiu a marca de 300% no último ano, resultando em uma queda significativa no preço do leite produzido no Brasil.

Atualmente, os produtores estão recebendo valores entre R$ 1,40 e R$ 2,00 por litro de leite. Esse valor está muito abaixo dos custos de produção, sem levar em consideração os investimentos necessários nas propriedades e os prejuízos causados pelo ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul recentemente. Essa situação financeira insustentável tem levado muitos produtores a considerarem abandonar a atividade leiteira.

Diante dessa realidade, os produtores estão pedindo uma revisão da isenção de impostos concedida às empresas que importam leite do Uruguai e da Argentina para o Brasil. Segundo o senador Paim, as medidas tomadas pelo governo federal foram consideradas insuficientes pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).

As demandas dos produtores incluem a revisão do acordo com o Mercosul, a criação de uma linha de subsídios para os produtores de leite e uma taxação específica para produtos importados dos países do Mercosul, como leite, trigo, vinho, milho e soja. Além disso, eles pedem a implementação de uma política que permita apenas à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizar importações de leite e derivados nos casos de escassez no mercado interno.

A crise na indústria leiteira é alarmante, com dados da Emater indicando uma diminuição drástica no número de produtores de leite no Rio Grande do Sul nos últimos oito anos.

É importante ressaltar que, segundo a Agência Senado, a reprodução desse pronunciamento está autorizada, desde que citada a Agência Senado como fonte.

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