Militares são mantidos aquartelados para investigação do sumiço de metralhadoras em São Paulo

O Comando Militar do Sudeste está investigando o sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri, na Grande São Paulo. De acordo com um comunicado divulgado pelo Comando, cerca de 480 militares estão sendo ouvidos para colaborar com a investigação e fornecer informações relevantes.

As metralhadoras desapareceram durante uma inspeção realizada na última terça-feira, dia 10. Segundo o Exército, as armas são consideradas inservíveis e estavam no Arsenal para dar início ao processo de desfazimento e destruição. O Exército também destacou que as metralhadoras do calibre .50 e 7,62 mm despertam grande interesse dos grupos criminosos organizados, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que costumam “alugar” armas de alto calibre para cometer assaltos a carros-fortes, transportadoras e agências bancárias.

As metralhadoras calibre .50 são especialmente perigosas, sendo capazes de causar grandes danos e serem utilizadas em ataques de grande proporção. Um exemplo disso foi o assassinato do megatraficante Jorge Rafaat Toumani, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, que foi realizado com o uso desse tipo de armamento pesado.

Já o fuzil automático leve (FAL) de calibre 7,62 é adotado pelo Exército como armamento padrão de combate desde a década de 1960. Esse tipo de fuzil é reconhecido por sua precisão no engajamento de alvos e grande letalidade. No entanto, a partir de 2017, começou um processo de substituição gradual do FAL por um armamento de calibre 5,56 mm.

A investigação conduzida pelo Comando Militar do Sudeste tem o objetivo de descobrir como essas armas foram retiradas do Arsenal e quem são os responsáveis pelo sumiço. Além disso, espera-se que os militares ouvidos possam fornecer informações adicionais que auxiliem no esclarecimento do caso.

Esse evento não apenas levanta preocupações quanto à segurança nacional, mas também ressalta a importância de se manter um controle rigoroso sobre o armamento utilizado pelo Exército, a fim de evitar que armas de alto poder ofensivo caiam nas mãos de grupos criminosos. Medidas de segurança e auditorias regulares devem ser implementadas para garantir a integridade e o controle adequado dessas armas.

A investigação segue em andamento, e espera-se que novas informações sejam divulgadas em breve para esclarecer esse episódio preocupante e evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.

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