Ao todo, foram inutilizadas 144 balsas que eram utilizadas pelos garimpeiros da região. Essa prática é permitida por lei em caso de crime ambiental, visando evitar novas infrações. A operação, intitulada “Metal Líquido”, contou com a participação de 60 policiais federais e quatro servidores do Ibama, que trabalharam ao longo de dois dias.
De acordo com estimativas da PF, cada draga emite cerca de quatro toneladas de poluentes, provenientes da queima de combustíveis, além de meio quilo de mercúrio por semana. O mercúrio é utilizado no garimpo devido à sua capacidade de aderir ao ouro, facilitando sua separação do metal precioso. No entanto, após essa seleção, o metal é aquecido até evaporar, sendo que a maior parte acaba chegando à atmosfera e, posteriormente, aos rios através das chuvas. Essa contaminação por mercúrio é altamente prejudicial à saúde de animais e seres humanos.
“Atingimos o objetivo de minimizar a atividade de mineração nos rios do Estado, que só causa prejuízos à população”, destaca a delegada Larissa Magalhães Nascimento, superintendente regional da Polícia Federal em Rondônia. Segundo ela, estudos realizados pela equipe de perícia técnica da PF demonstraram a contaminação de ribeirinhos e comunidades indígenas que vivem ou consomem água e peixes provenientes de áreas com grande concentração de dragas de garimpo. Os índices encontrados foram cerca de três vezes superiores ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Essa ação das autoridades visa combater a atividade ilegal de garimpo no rio Madeira e seus impactos ambientais e na saúde da população. Além da destruição das dragas, os responsáveis por essa extração ilegal de ouro serão identificados e responderão pelos seus crimes. Ações como essa são fundamentais para a preservação do meio ambiente e garantia da saúde das pessoas que dependem dos rios para sua sobrevivência.