Ressaca no litoral sul paulista destrói quiosques e desenterra baleias mortas, causando preocupação e prejuízos na região

A região do litoral sul paulista está sofrendo as consequências de uma ressaca persistente nos últimos dias. A força das ondas destruiu quiosques e derrubou árvores na Ilha do Cardoso, em Cananeia, além de ter desenterrado baleias mortas em Ilha Comprida.

As baleias, que já estavam mortas há algum tempo, foram desenterradas pela força das ondas entre o fim do mês passado e o início deste mês. Uma terceira carcaça também foi registrada e enterrada novamente. Segundo Sérgio Carlos Neves, morador da comunidade Pereirinha/Itacuruçá da Ilha do Cardoso e monitor do IPeC (Instituto de Pesquisas Cananeia), foram dois quiosques que desabaram e árvores da restinga também foram derrubadas.

Neves, que nasceu e vive na região há 48 anos, conta que antigamente as ressacas aconteciam a cada sete anos, sendo conhecidas como “ressaca-preguiça”. No entanto, nos últimos anos, esses eventos têm ocorrido de três a cinco vezes ao ano. A última ressaca durou uma semana no final de setembro até o começo de outubro.

Tiago das Neves, dono de um dos quiosques afetados, descreve o impacto da ressaca em apenas 15 minutos. Ele relata que não teve tempo de desmontar as estruturas para aproveitar a madeira, conseguindo apenas retirar a geladeira. Essa não é a primeira vez que Neves perde um quiosque para a violência das águas, sendo esse o quarto estabelecimento afetado. Agora, ele montou um restaurante em seu quintal, mas está preocupado com a possibilidade de sua residência também ser atingida no futuro.

Outro morador da região, Vitor Fernandes Neves, também teve seu quiosque destruído e agora pretende construir um novo local mais distante da água. Ele acredita que uma nova ressaca forte ainda acontecerá em outubro. A Prefeitura de Cananeia foi informada sobre os danos, mas até o momento não realizou intervenções na Ilha do Cardoso.

Já em Ilha Comprida, as ondas agitadas desenterraram três baleias jubartes que haviam aparecido mortas em agosto. As carcaças foram enterradas novamente para completar o processo de decomposição. O IPeC registrou quatro encalhes em 2022 e cinco em 2023, todos em Ilha Comprida. As causas dessas mortes não puderam ser determinadas devido ao avançado estado de decomposição dos animais.

As baleias jubartes têm um comportamento migratório, se alimentando nas áreas polares durante o verão e chegando ao litoral brasileiro no inverno para se reproduzir. A previsão da empresa de serviços meteorológicos Climatempo é de chuva ao longo desta semana, o que pode contribuir para uma nova elevação do mar na região.

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