Ministro da Fazenda anuncia intenção do FMI de revisar cotas de países emergentes, incluindo o Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (12) que a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, manifestou a intenção de apresentar um cronograma para a revisão das cotas dos países emergentes, incluindo o Brasil. A declaração foi feita após uma reunião entre Haddad e Georgieva em Marrakech, no Marrocos, onde acontece a reunião anual do FMI.

A revisão das cotas dos países-membros é um dos temas discutidos nesta reunião. Georgieva já havia mencionado anteriormente que esperava avançar nas discussões sobre o aumento dos recursos da cota permanente do FMI durante o evento.

Haddad comemorou o fato de Georgieva ter aberto a possibilidade de apresentar um cronograma rigoroso para a revisão das cotas, afirmando que isso é algo positivo. O ministro ressaltou a importância do princípio da proporcionalidade entre os países-membros e destacou que o rompimento desse princípio poderia afetar a legitimidade do fundo no médio e longo prazo.

O FMI considera as contribuições dos países-membros como o alicerce da sua estrutura financeira e de governança. As cotas são determinadas com base na posição de cada nação entre as economias nacionais e determinam o poder de voto nas decisões do fundo. Elas são revistas a cada cinco anos pelo Conselho de Governadores do FMI.

O último processo de reformas nas cotas foi concluído em 2010 e entrou em vigor em 2016, refletindo o papel crescente dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. Um novo ciclo de revisão geral das cotas está em andamento e tem previsão para ser concluído até dezembro deste ano.

Além disso, Georgieva também solicitou que o Brasil faça novos aportes ao Fundo para Redução da Pobreza e Crescimento (PRGT), que financia empréstimos sem juros para países pobres. Ela destacou a importância de ampliar a família de contribuintes do PRGT e beneficiar os mais vulneráveis da economia global.

Haddad confirmou a solicitação de Georgieva e afirmou que ela não mencionou valores específicos. O ministro ressaltou que a crise da dívida dos países pobres e o aumento das taxas de juros justificam os novos aportes ao PRGT.

Em resumo, a diretora-geral do FMI manifestou a intenção de apresentar um cronograma para a revisão das cotas dos países emergentes, incluindo o Brasil. Além disso, ela solicitou novos aportes ao PRGT para ajudar países pobres durante a crise da dívida e o aumento das taxas de juros. A reunião anual do FMI no Marrocos é uma oportunidade para discutir essas questões e avançar nas negociações.

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