Segundo o relatório Monitor Fiscal, divulgado durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial em Marrakesh, no Marrocos, é esperado que o Brasil apresente um déficit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, após ter registrado superávits nos últimos dois anos.
De acordo com o FMI, essa situação de déficit primário se estenderá para 2024, com uma estimativa de 0,2% do PIB. Somente em 2025 o Brasil voltaria a registrar um superávit primário de 0,2%, segundo as projeções do Fundo. A partir daí, o país se manteria superavitário até 2028.
Quanto à dívida brasileira, o FMI também apresentou projeções melhores, mas ainda mantém um cenário pessimista. A expectativa é que a proporção dívida/PIB do Brasil cresça para 88,1% neste ano, um pouco abaixo da estimativa de 88,4% feita em junho. No ano passado, essa relação foi de 85,3%.
Mesmo com um crescimento mais baixo, o Brasil ainda terá uma das maiores dívidas em proporção ao PIB. O país só fica atrás de economias como a Argentina, que possui um programa bilionário de auxílio do FMI, e o Egito, de acordo com os cálculos do Fundo. A expectativa é que essa relação chegue a 90,3% em 2024 e chegue a 96,0% em 2028.
Tanto o FMI quanto o Banco Mundial aproveitaram o encontro anual para destacar a importância de os países controlarem suas contas públicas. Segundo as instituições, é preciso reduzir os gastos, mesmo com a pressão por suporte público em um ambiente de alta inflação que afeta o poder de compra dos consumidores.
Em resposta ao Comitê do FMI, Haddad reafirmou o compromisso do Brasil em zerar o déficit primário até o final de 2024 e alcançar um superávit de 1% do PIB em 2026, durante o último ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.