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Justiça de São Paulo libera retomada da construção do condomínio de luxo Bosque Cidade Jardim após nove anos de paralisação.

A Justiça de São Paulo autorizou hoje a retomada da construção do condomínio de luxo Bosque Cidade Jardim, localizado na zona oeste da capital paulista. O empreendimento, que estava parado há quase nove anos, enfrentava questionamentos sobre sua legalidade devido à existência de uma Área de Proteção Permanente (APP) com remanescentes de mata atlântica em seu terreno.

A ação do Ministério Público estadual, movida em 2015, solicitava a paralisação das obras, a proibição de qualquer venda ou promessa de venda e pedidos de indenização por danos ambientais. A 13ª Vara da Fazenda Pública deferiu uma liminar determinando a paralisação do empreendimento, que vigorou por sete anos.

O condomínio de luxo foi lançado pela incorporadora JHSF e uma empresa subsidiária do mesmo grupo em 2013. Em agosto do ano passado, a paralisação das obras foi revogada, mas uma nova decisão em maio deste ano suspendeu novamente a construção. A Promotoria do Meio Ambiente da capital alertou para novas intervenções na área, alegando que as empresas responsáveis já estariam realizando cortes de árvores e desviando o curso do riacho no local.

Durante o processo judicial, os promotores destacaram a existência de 40 espécies animais na área, incluindo sete espécies endêmicas e uma ameaçada de extinção, o papagaio-verdadeiro.

No mês passado, a reviravolta do caso ocorreu com a apresentação de um laudo pericial independente. A geógrafa designada pela Justiça para realizar um estudo na área concluiu que não foram encontrados sinais de corte da vegetação característica e que não é possível relacionar danos ao meio ambiente com a canalização do riacho. O laudo também apontou a ausência de nascentes de água no local e afirmou que o empreendimento possui todos os documentos necessários para a sua implantação.

A Promotoria afirmou que não foi notificada da decisão, mas ressaltou que tomará as medidas cabíveis na defesa do meio ambiente, de acordo com sua função constitucional e os laudos técnicos da instituição.

O diretor jurídico da JHSF, João Meira, afirmou em nota que a empresa sempre cumpriu e cumpre todas as leis e normas vigentes, ressaltando a seriedade do trabalho da companhia e as decisões favoráveis da Justiça e da perícia.

É importante ressaltar que a decisão da Justiça em autorizar a retomada da construção do condomínio Bosque Cidade Jardim ainda pode ser contestada e que os impactos ambientais do empreendimento devem ser acompanhados de perto, levando em consideração a preservação da APP e a biodiversidade existente na área.

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