A expectativa dos organizadores e do governo do Pará era de que mais de 2 milhões de pessoas participassem do Círio de 2023, o que o tornaria o maior evento religioso do Brasil e um dos maiores do mundo. Há mais de 200 anos, a procissão do Círio de Nazaré atrai romeiros de todo o país, que vão a Belém pagar promessas à Nossa Senhora de Nazaré.
A procissão deste domingo marcou o encerramento de uma série de manifestações religiosas que ocorreram nas últimas semanas, mesmo com a abertura oficial das festividades no último dia 3. A imagem peregrina percorreu diversas cidades paraenses e várias romarias foram realizadas, como a romaria fluvial, a romaria rodoviária que parte do município de Ananindeua até Belém e a moto romaria, que reuniu milhares de motocicletas. No sábado (7), ocorreu a Transladação, uma procissão que percorre o caminho inverso do Círio e contou com a participação de aproximadamente 1,5 milhão de fiéis.
O ponto alto das celebrações foi a participação dos devotos na corda do Círio, que possui 800 metros de comprimento e é um dos símbolos do evento. A corda foi fabricada pela primeira vez no Pará e utilizou mais de uma tonelada de fibra feita a partir da malva amazônica cultivada por agricultores de mais de 20 municípios paraenses.
Durante a procissão, muitos fiéis aproveitaram para agradecer por bênçãos e graças alcançadas. Um trabalhador chamado Rilson Cardoso levou sua esposa e filha para agradecerem pela conquista da casa própria. “É muita fé, eu vim lutando com minha esposa há um tempo para ter nossa casa própria e conseguimos. É muito emocionante, inexplicável. Só gratidão”, relatou ele. Outra devota, Marília Barcelar, foi agradecer pela recuperação dela e de seu filho. “Arthur teve catapora e adquiriu uma bactéria no sangue. Enquanto ele estava internado, descobri uma necrose no pulmão. Este ano, operei e retirei uma parte do pulmão. Viemos agradecer pela nossa saúde e recuperação”, disse Marília.
O Círio de Nazaré é uma manifestação católica que ocorre há 231 anos em Belém e foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Iphan e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
*Com informações da Agência Pará