Onda de calor afeta produção de hortaliças, pescados e reprodução animal, causando prejuízos no setor agrícola.

Desde o início da primavera, uma forte onda de calor tem afetado todo o país. Diferente do clima ameno esperado nessa estação, o fenômeno El Niño tem trazido altas temperaturas e fortes chuvas, transformando o período mais verde do ano em um verdadeiro verão antecipado. No dia 4 de outubro, Dia da Natureza, as alterações climáticas serviram de reflexão sobre a importância da preservação do meio ambiente.

Durante o mês de setembro, as temperaturas alcançaram marcas extremas por quase duas semanas, surpreendendo especialistas. O calor intenso e a umidade são ingredientes perfeitos para a ocorrência de chuvas fortes e temporais, porém é difícil prever quando e onde esses fenômenos acontecerão.

Um setor afetado diretamente por essa onda de calor é o agrícola. A produção de frutas, flores e hortaliças, principalmente nas regiões mais quentes como Mogi das Cruzes, tem sido severamente impactada pelo calor intenso. As altas temperaturas afetam todos os estágios da planta, desde o plantio até a colheita, comprometendo a qualidade dos alimentos que chegam até a mesa do consumidor.

Para lidar com esse desafio, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo tem implementado novas técnicas de produção, como a utilização de bioinsumos e a introdução do Sistema de Plantio Direto em Hortaliças. Esse sistema consiste em cobrir o solo, proporcionando proteção à planta e mantendo a umidade necessária para seu desenvolvimento.

Além da agricultura, os animais também são afetados pelo calor excessivo. O estresse térmico é um fator limitante para a produção de carnes de alta qualidade. Os bovinos, por exemplo, têm sua temperatura corporal regulada através do metabolismo e do fluxo de calor para o ambiente. O aumento da temperatura afeta a reprodução e o bem-estar dos animais.

A piscicultura também sofre com as altas temperaturas. A temperatura equilibrada da água é essencial para o cultivo de várias espécies, e o calor reduz a solubilidade do oxigênio na água, afetando a alimentação dos peixes. É preciso um planejamento estratégico para minimizar as perdas de produção e manter a produtividade.

Em alguns casos, a reprodução das espécies é influenciada pelo aumento do calor. A truta, por exemplo, se reproduz em águas mais frias, entre 10ºC e 20ºC, e o calor excessivo compromete esse processo. Por outro lado, a tilápia é mais resistente a altas temperaturas e pode antecipar sua época de reprodução.

Em suma, a onda de calor fora de época tem impactado diversos setores, desde a agricultura até a criação de animais. É necessário adotar medidas para mitigar esses efeitos climáticos e garantir a produtividade e a qualidade dos alimentos produzidos. A preservação do meio ambiente e a implementação de técnicas mais sustentáveis são fundamentais nesse processo.

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