Após aproximadamente 20 minutos de trajeto entre o cemitério e o local do velório, o sepultamento ocorreu em meio a muita comoção. Amigos e familiares do médico destacaram sua dedicação à medicina e o impacto positivo que ele deixou na vida de muitas pessoas.
Elieda Maria de Almeida Ribeiro, mãe de Perseu, emocionada, ressaltou o legado do filho e a tristeza que a família está enfrentando. Em breves discursos, ela destacou a simplicidade e generosidade do médico, que conquistou o carinho e respeito de muitas pessoas.
O corpo de Perseu foi transladado para o aeroporto de Ipiaú na sexta-feira (6), em uma aeronave fretada pelo Governo da Bahia. Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues visitou a residência da família e expressou sua solidariedade.
A morte de Perseu e outros dois colegas médicos ocorreu na madrugada da última quinta-feira (5), quando foram vítimas de um ataque a tiros no quiosque da Barra da Tijuca. A polícia suspeita que os assassinos confundiram o ortopedista baiano com um miliciano da zona oeste carioca.
A comoção em torno do falecimento de Perseu ultrapassou os limites dos entes queridos e se estendeu à comunidade local. Em uma demonstração de solidariedade e respeito, comerciantes fecharam as portas de suas lojas por 30 minutos na manhã deste sábado.
Perseu Almeida, natural de Ipiaú, seguiu os passos do pai, também ortopedista, e escolheu a medicina como profissão. Formado pela faculdade UniFTC, em Salvador, ele se especializou em cirurgia de pé e tornozelo pelo Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo.
Nos últimos anos, Perseu dividiu seu tempo entre as cidades de Ipiaú e Jequié. Em sua cidade natal, atendia no Hospital geral de Ipiaú e comandava a Cliorti, clínica ortopédica que pertenceu a seu pai. Em Jequié, fixou residência com a esposa e filhos e passou a trabalhar no departamento de ortopedia do Hospital Geral Prado Valadares.
Profissional qualificado e dedicado, Perseu era conhecido por sua amizade, tranquilidade e comprometimento. Sua morte prematura em circunstâncias violentas deixou seus colegas consternados. As bandeiras foram hasteadas a meio mastro e uma faixa de luto foi pendurada na frente do hospital Prado Valadares, onde ele trabalhava.
A comunidade de Ipiaú e todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer e ser cuidados por Perseu Almeida sentem uma perda imensurável. Sua trajetória como médico exemplar e ser humano generoso será sempre lembrada, e seu legado continuará vivo.