O pai de Matheus, Luiz Fernando de Jesus, lamenta ter que tomar essa medida. Para ele, a escola deveria ser responsabilizada e tomar ações concretas para combater o racismo. Segundo ele, as autoridades da secretaria pouco falaram sobre medidas efetivas durante a reunião. Luiz ainda relata que em março deste ano já haviam registrado um boletim de ocorrência por racismo, porém nada foi feito e o episódio se repetiu.
Luiz Fernando também critica a preparação dos professores da escola e afirma que a cidade de São Caetano, conhecida por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, possui um problema estrutural de racismo. Ele pretende levar o caso às últimas instâncias, inclusive ao Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de garantir que todas as escolas da cidade estejam preparadas para combater o racismo.
Em nota, a prefeitura de São Caetano do Sul afirmou que está tomando providências para combater o racismo nas escolas e que não compactua com esse tipo de discriminação. O comunicado também informa que haverá reuniões com familiares, Conselho Municipal da Comunidade Negra e Grupo Decolonial do Cecape para discutir estratégias de combate ao racismo. Além disso, a prefeitura promoverá palestras na iniciativa Escola de Pais, com o objetivo de refletir sobre os direitos das crianças e adolescentes.
A mudança de escola de Matheus Santos de Jesus é uma medida que busca proteger o aluno de situações de racismo. No entanto, fica evidente a necessidade de uma ação mais efetiva por parte das autoridades educacionais para combater o racismo nas escolas. É importante que os colégios implementem programas de combate ao preconceito racial, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor para todos os alunos.
O caso de Matheus Santos de Jesus é mais um exemplo de como o racismo estrutural persiste na sociedade brasileira, mesmo em cidades com índices de desenvolvimento humano elevados. A luta contra o racismo deve ser contínua, e é fundamental que as instituições de ensino se comprometam em combater ativamente essa forma de discriminação. Somente assim poderemos garantir uma educação justa, inclusiva e antirracista para todos.