Mais dez carcaças de botos são encontradas no Lago Tefé, no Amazonas, aumentando para mais de 130 o número de mortes.

A ação emergencial de acompanhamento e possível retirada dos botos vermelho e tucuxi do Lago Tefé, no Amazonas, continua em andamento e trouxe mais informações preocupantes. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a equipe responsável pela operação encontrou mais dez carcaças dos animais, a maioria delas já em decomposição.

As carcaças foram encaminhadas para necrópsia, onde serão realizados estudos para determinar as possíveis causas da morte dos botos. Até o momento, as altas temperaturas na região estão sendo apontadas como o principal motivo dessa trágica situação. O monitoramento das condições da água do lago revelou que a temperatura chegou a alcançar 38°C, um aumento considerável que pode ter contribuído para a morte dos animais.

Além das carcaças dos botos, vários peixes mortos foram encontrados próximo a uma mancha identificada anteriormente com uma floração de algas. Há suspeitas de que essas algas possam estar liberando toxinas que estão afetando a vida aquática do lago.

Visando auxiliar no atendimento aos botos, veterinários do Instituto Brasil de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) especializados em reabilitação de animais silvestres foram enviados para o local. A equipe do Centro de Triagem do Ibama irá atuar em conjunto com outros órgãos que já estão participando da emergência ambiental no Lago Tefé.

Para garantir a sobrevivência dos animais impactados pela seca extrema e pelo aumento da temperatura da água, a ONG Sea Shepherd Brasil, de São Paulo, enviou quatro piscinas infláveis. Essas piscinas serão utilizadas como locais seguros para abrigar os animais enquanto a situação no lago não se normaliza.

Com o objetivo de coordenar todas as ações necessárias nesse momento crítico, um Comando de Incidentes (CI) foi instalado em Tefé. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), juntamente com o Instituto Mamirauá e o Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (IPA/AM), estão concentrando esforços no monitoramento dos animais vivos, no recolhimento e necrópsia das carcaças e na coleta de amostras para análise das possíveis causas do incidente e outras variáveis ambientais.

É importante destacar que medidas de segurança estão sendo tomadas para a destinação das carcaças encontradas. Além disso, o ICMBio está intensificando as ações para proteger as espécies, pois alguns animais também apresentam ferimentos causados pelas lâminas de barcos a motor, já que a baixa profundidade do lago impede que eles mergulhem o suficiente para escapar das hélices.

A mobilização para investigar e enfrentar essa crise ambiental no Lago Tefé começou no final de semana, após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, incluindo botos vermelho e tucuxi, que habitavam a região. O ICMBio, preocupado com a situação, enviou equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental para investigar as causas dessa mortandade extrema.

A situação no Lago Tefé é grave e requer ações urgentes para evitar que mais animais morram. As investigações continuam e os órgãos ambientais estão empenhados em encontrar soluções para preservar essa importante espécie da Amazônia e garantir a saúde do ecossistema do lago.

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