Revisão dos limites de velocidade no Reino Unido gera debate sobre impacto no tráfego; vendas de veículos no Brasil são revistas para cima; Metas de fabricação de carros elétricos podem não ser alcançadas; BYD adquire fábrica da Ford na Bahia.

A Grã-Bretanha, conhecida por sua tradição na difusão do automóvel como meio de transporte, teve um começo bastante restritivo em relação aos veículos autopropelidos. Em 1862, foi instituída a Lei da Bandeira Vermelha, que exigia que os primeiros veículos circulassem com um homem a pé precedendo-os, segurando uma bandeira para sinalizar sua presença. Essa lei só foi revogada em 1896.

No entanto, chegando a 2023, o Reino Unido está adotando uma abordagem excessiva com a introdução de zonas de velocidade limitada de 32 km/h em muitos bairros de baixo tráfego. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, defende a desaceleração desse processo, argumentando que a implementação generalizada dessas zonas pode causar tempos de viagem mais longos e congestionamentos.

Essas medidas também estão se expandindo de forma irracional em outros lugares do mundo, como em São Paulo, onde o limite de velocidade está quase sempre em 50 km/h, exceto nas vias expressas marginais, onde é de 90 km/h. Os motoristas têm sido surpreendidos por zonas de 40 km/h que surgem repentinamente e são sinalizadas por placas que muitas vezes passam despercebidas. Seria possível adotar medidas mais racionais e menos exageradas no trânsito?

No entanto, as notícias são mais otimistas para o setor automobilístico. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou para cima suas previsões de vendas para 2023, estimando um crescimento de 5,6% em relação a 2022. José Andreta Jr, presidente da Fenabrave, prevê que cerca de 2,2 milhões de veículos serão vendidos este ano. A consultoria Bright Consulting também melhorou suas projeções, estimando que serão vendidos cerca de 2,125 milhões de automóveis e comerciais leves em 2023.

No entanto, nem tudo são boas notícias para o mundo dos carros elétricos. Uma pesquisa revelou que as metas de abandonar a produção de veículos com motores a combustão até 2035 não são viáveis. Os entrevistados apontaram várias dificuldades, como altos investimentos na transição, escassez de matérias-primas, infraestrutura de recarga insuficiente e capacidade limitada da rede elétrica atual.

Apesar dessas dificuldades, a marca chinesa BYD está expandindo sua oferta no Brasil. A empresa está prestes a assumir as instalações da Ford em Camaçari, na Bahia, e começará a entregar o modelo Dolphin Plus, que possui um novo motor elétrico mais potente, no final deste mês. A BYD também está confiante de que o atual estímulo à importação de veículos elétricos continuará, mesmo diante dos rumores de que o Governo Federal pretende começar a cobrar imposto de importação sobre esses veículos.

No geral, o setor automobilístico está enfrentando desafios e oportunidades em 2023. Enquanto alguns países estão adotando medidas extensas para controlar o tráfego e promover a adoção de veículos elétricos, outras questões, como investimento em infraestrutura e disponibilidade de matérias-primas, ainda precisam ser abordadas para tornar a transição para a mobilidade elétrica uma realidade.

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