Redução do desmatamento na Amazônia pode alcançar 50% em setembro, afirma ministra do Meio Ambiente

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou em um evento em Brasília que a redução do desmatamento na Amazônia está prevista para atingir 50% no mês de setembro. No mês de agosto, houve uma queda de 48% no desmatamento do bioma. A ministra comemorou os números e destacou que o estado do Amazonas teve uma redução de 64% no desmatamento e 50% nas queimadas.

Marina Silva atribuiu os resultados positivos à combinação do fenômeno natural El Niño e ao aquecimento das águas do Oceano Atlântico, que causaram mudanças climáticas e eventos extremos. Ela mencionou as fortes chuvas no Rio Grande do Sul e a seca nos rios do Amazonas, o que resultou na morte de toneladas de peixes e mais de 100 botos e tucuxis devido às altas temperaturas da água, chegando a 39 graus Celsius.

No entanto, apesar dos avanços, a ministra ressaltou que o Brasil ainda precisa fazer mais pelo meio ambiente. Ela destacou a existência de diversos planos como o Plano de Transformação Ecológica, o Plano de Agricultura de Baixo Carbono e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento para todos os biomas brasileiros. Para Marina Silva, o Brasil pode se tornar um grande exportador de sustentabilidade, mas ainda é necessário um maior engajamento de todos.

A ministra propôs um acordo semelhante ao Acordo de Basileia, que regulariza o funcionamento do sistema financeiro mundial, para preservar a natureza. Ela defendeu que as atividades humanas só devem ser realizadas se estiverem em consonância com a capacidade de suporte da natureza.

No entanto, Marina Silva também destacou as dificuldades enfrentadas na sua gestão. Durante uma viagem à Manaus, ela e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foram duramente criticadas pela demora na concessão da licença ambiental para a pavimentação da rodovia federal BR-319. A ministra esclareceu que o processo de concessão é técnico e estão sendo realizados estudos para garantir a viabilidade da obra sem prejudicar a sustentabilidade local.

Marina Silva concluiu sua fala questionando o motivo de terem sido alvo de duras críticas pelos políticos locais, destacando a importância do papel dos povos indígenas na proteção das florestas. Ela acredita que muitas vezes as pessoas transferem a responsabilidade para outros quando não querem assumir suas próprias responsabilidades.

Apesar das críticas e dos desafios enfrentados, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima se mostrou otimista em relação ao futuro e destacou a importância de continuar lutando pela preservação e sustentabilidade.

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