Localizada no sudeste da França, o Mont Blanc é constantemente monitorado a cada dois anos para tentar entender o impacto das alterações climáticas nos Alpes. Garets afirmou que sua equipe tem aprendido muito sobre a montanha desde o início das medições, em 2001. Segundo ele, o cume está sempre mudando de altitude e posição, com variações de até cinco metros.
Após a medição de 2021, especialistas já haviam informado que, em média, a montanha perdia cerca de 13 cm de altura por ano. Mesmo assim, Garets destacou que os dados estão sendo coletados para as gerações futuras e não cabe a eles interpretá-los, deixando essa tarefa para os cientistas.
No entanto, é importante ter cautela ao interpretar a medição de altura, segundo Garets. A altura do pico rochoso do Mont Blanc é de 4.792 metros acima do nível do mar, mas a variação vem da neve e do gelo no cume, que estão sujeitos a fatores como vento e clima. Neste caso, a redução pode ter sido causada por uma menor precipitação de chuva neste ano, resultando em menos neve acumulada no topo da montanha.
O encolhimento do Mont Blanc não é o único sinal preocupante das alterações climáticas. Na semana passada, foi divulgado que os glaciares da Suíça sofreram a segunda maior perda anual, o que foi considerado um claro sintoma do aquecimento global.
Para realizar a medição do Mont Blanc, uma equipe de 20 pessoas escalou a montanha no mês passado. Pela primeira vez, eles utilizaram um drone para determinar a altura do cume. A medição é feita instalando pequenos receptores na neve para modelar a calota polar do topo. Os receptores emitem um sinal GPS que permite obter uma medição precisa de centímetros.
Conhecida como “o teto da Europa”, o Mont Blanc é estimado como destino por entre 20 mil e 30 mil pessoas todos os anos. A rota mais popular para subir a montanha é limitada a 214 alpinistas por dia para evitar superlotação.
É importante destacar que as ondas de calor têm se tornado mais frequentes, intensas e duradouras devido às alterações climáticas causadas pelo ser humano. O mundo já aqueceu cerca de 1,1°C desde o início da era industrial e, a menos que sejam feitos cortes drásticos nas emissões, as temperaturas continuarão subindo.
