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Médicos são alvos de ataque a tiros durante congresso internacional de ortopedia na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

Na última quinta-feira (5), durante o congresso internacional de ortopedia, houve um momento de silêncio em homenagem aos médicos que foram vítimas de um ataque a tiros na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O incidente resultou na morte de Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos. O quarto médico, Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, está internado, com quadro de saúde estável.

Os quatro profissionais estavam na cidade para participar do Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, que começou no mesmo dia e vai até o próximo sábado (7). O evento, que reúne mais de 300 médicos do Brasil e de outros países, acontece pela primeira vez no Brasil e proporciona a troca de conhecimentos sobre procedimentos que possibilitam uma recuperação mais rápida aos pacientes.

Durante a homenagem, um dos organizadores do evento não conseguiu conter as lágrimas ao expressar suas condolências às famílias das vítimas. A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia de Tornozelo e Pé (ABTPé) também emitiu uma nota expressando seu carinho e admiração pelos médicos dedicados que estavam no congresso.

Dentre as vítimas, estava Marcos de Andrade Corsato, médico assistente do grupo de tornozelo e pé do Hospital das Clínicas da USP. A instituição emitiu uma nota lamentando a perda de Corsato, que também pertencia ao corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O Sírio-Libanês afirmou que a partida repentina de Corsato deixou um vazio imensurável.

O crime aconteceu por volta da 1h em frente ao Windsor Hotel, um local de prestígio no bairro. Toda a ação durou apenas 27 segundos e foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver os médicos sentados em uma mesa do quiosque quando três homens vestidos de preto se aproximam e começam a atirar. Após balearem os quatro ocupantes da mesa, os criminosos fogem sem roubar nada.

A polícia está investigando o caso e apreendeu os celulares dos médicos para perícia. A possibilidade de as vítimas terem sido assassinadas por engano não foi descartada. O ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou o crime como uma “execução” e determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações, uma vez que um dos médicos tinha ligações com dois deputados federais.

Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado de Glauber Braga (PSOL-RJ), ambos parlamentares, fazia parte do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), mesmo partido da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio em 2018. O PSOL divulgou um comunicado cobrando uma apuração rigorosa e eficiente do caso.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também manifestou seu apoio à Polícia Civil do estado e determinou que sejam empregados todos os recursos necessários para descobrir a autoria do crime.

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