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Mato Grosso do Sul enfrenta alarmante aumento de focos de incêndio no Pantanal, com risco máximo para brigadistas

O mês de outubro começou de forma preocupante em Mato Grosso do Sul, com o registro de 147 focos de incêndio, a maioria deles no pantanal. Os quatro municípios que abrangem o bioma estão em alerta máximo devido à alta incidência de queimadas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio em Mato Grosso do Sul já é mais que o triplo em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em setembro de 2022 foram detectados apenas 40 pontos de calor, em setembro deste ano já foram registrados 147.

No dia 18 de setembro, um incêndio de grandes proporções destruiu uma área de 500 hectares em Bonito, próximo ao rio Formoso. Já no final de setembro e início de outubro, as chamas atingiram a região conhecida como Pantanal do Paiaguás, em Corumbá.

Apesar de o fogo estar controlado na região, ele ainda é monitorado pelas equipes do Corpo de Bombeiros, e não foram divulgados os números totais de devastação. Dos focos atuais, 108 estão em Porto Murtinho, município que faz parte do pantanal em Mato Grosso do Sul.

Uma das preocupações é o fato de as queimadas estarem ocorrendo dentro da Terra Indígena Kadiwéu, que possui uma área de 539 mil hectares e é de difícil acesso. O coordenador estadual do PrevFogo, órgão ligado ao Ibama, alerta para a gravidade da situação.

Além dos 48 brigadistas que já estão atuando na região, cinco indígenas foram convocados para reforçar o combate às chamas. O ICMBio também prevê o envio de equipamentos, como um veículo UTV, para auxiliar no acesso às áreas dentro da aldeia.

A previsão do tempo indica que pode chover no domingo, trazendo algum alívio para a situação. No entanto, antes da chuva, a temperatura deve subir ainda mais na sexta-feira, chegando a 42°C em algumas cidades, como Porto Murtinho, Miranda, Aquidauana e Corumbá.

O presidente do Instituto Homem Pantaneiro ressalta que as equipes de brigadistas estão preparadas para enfrentar as condições climáticas desfavoráveis. O instituto utiliza o monitoramento por satélite para identificar as queimadas e iniciar o combate, além de reforçar áreas sem vegetação para evitar a propagação do fogo.

Yule lembra que, após a devastação de 2020, houve mobilização dos governos, ONGs e sociedade civil para treinar brigadistas e adquirir equipamentos de combate a incêndios. No entanto, ele destaca que a chegada das chuvas é fundamental para controlar a situação e espera que esse ciclo regular não demore a iniciar.

Em 2020, as chuvas só chegaram ao pantanal em meados de novembro, após a devastação ocorrida entre agosto e novembro. A preocupação atual é quando esse ciclo regular de chuvas irá começar este ano, para que a região possa se recuperar dos estragos causados pelo fogo.

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